(Foto: Divulgação / PMDI)
No início da semana, em reunião com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e as associações regionais de municípios, o Governo do Estado abriu a possibilidade de adotar a gestão compartilhada do modelo de Distanciamento Controlado, dando mais autonomia aos prefeitos. O assunto está em discussão e deverá ter uma definição nos próximos dias.
Para a prefeita Tânia da Silva, que preside a Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars), os prefeitos deveriam ter sido consultados bem antes, quando ficavam sabendo das ações do Estado apenas através das lives do governador Eduardo Leite.
– Agora que realmente os casos de Covid-19 aumentaram, que os leitos dos hospitais estão praticamente 100% ocupados e que provavelmente os dados técnicos e científicos do governo apontem maior crescimento da doença, o governador traz esta proposta. O que eu quero dizer é que o barco neste oceano não vai afundar, mas ele não está no melhor momento. Aí, neste momento, ele diz que nós podemos flexibilizar – afirmou.
Segundo a presidente da Amvars, não se trata de flexibilizar uma região, mas de mudar o protocolo do distanciamento controlado na bandeira vermelha.
– Por exemplo, o comércio não essencial: para nós, todo comércio que está aberto é essencial. Como não é essencial quem vende roupa de inverno? Apesar de estar quente nesta semana, estamos em pleno inverno. Restaurantes e lanchonetes apenas com tele-entrega? Onde as pessoas que trabalham no (comércio) essencial estão comendo? Na calçada, na rua, onde não tem pia, água nem sabão para higienizar as mãos e os talheres? São esses questionamentos que fazemos ao Governo do Estado – observou.
A possibilidade de maior autonomia é vista com bons olhos, mas Tânia volta a lamentar o momento escolhido pelo governador.
– Se for definido que nós podemos flexibilizar, votamos a favor, mas com muita preocupação em relação à ocupação dos leitos de UTI. É necessário fazer um pacto entre a municipalidade e a população. As pessoas precisam se conscientizar que este é um momento totalmente diferente em nossas vidas e que nunca dependemos tanto uns do outros. Enquanto Associação dos Municípios, a sensação é de que, agora que os leitos estão lotados, estão jogando no colo dos prefeitos e prefeitas as responsabilidades. Antes, era protocolo do Governo do Estado e não podíamos mexer – concluiu a presidente da Amvars.