Preparando o plantio de inverno após perdas de 60% com a seca do verão

26/06/2020
Por Alan Caldas – Editor

Por Alan Caldas – Editor

Cláudio Falkoski tem suas terras no Travessão Rübenich e é um dos mais conhecidos e respeitados agricultores do município. Ele já esteve nas páginas do Jornal Dois Irmãos, meses atrás, quando a seca inclemente castigou os agricultores da cidade. Cláudio diz que, em vista da seca, perdeu em torno de 60% do que havia plantado. E teve, como muitos agricultores, de ver morrer pé de eucalipto, coisa que jamais imaginaria em sua vida. Na época, o jornal mostrou seus açudes para reserva de água completamente vazios, crescendo mato dentro. Os peixes, que também eram uma fonte de renda da família Falkoski, morreram todos naquele período. Os animais da propriedade se ressentiram com a falta de água, suprida, onde dava, graças a caminhões-pipa fornecidos pela prefeitura.
Morreram árvores, e a plantação mais rasteira igualmente foi sumindo na terra. A cana de açúcar, diz Cláudio, é mais forte, e se recuperou um pouco quando a chuva voltou. Não morreu, mas atrasou. O milho foi desesperador, porque não granou. Deu apenas a palha, que se usa para alimentação animal. Mas o ganho do milho em si, Cláudio não teve. “Perdemos no rendimento do grão, que é bem importante para nós”, lamenta ele. O aipim, igualmente não cresceu. A batata-doce, também não. O que veio, veio em menor quantidade, e a verdade é uma só: “consideramos que a safra de Verão foi perdida”, diz ele, ainda lembrando da imagem desoladora de ver tudo que plantou ficando sem brotar na terra esturricada pelo sol.
Mas a vida não para. A chuva voltou. Os açudes estão novamente cheios. E agora Cláudio está preparando o solo para a safra de inverno. Ele está investindo em aveia e demais culturas para tratar o gado. E está preparando o novo plantio de verduras de inverno, com alface, rúcula, repolho, brócolis, couve-flor e outras qualidades, cujo plantio está iniciando agora. As variedades de inverno que estão entrando agora na terra, serão colhidas algumas entre 35 e 45 dias. É o caso da alface. Os demais, diz Cláudio, como rúcula, couve, brócolis, beterraba e outros, o plantio é agora e a colheita será entre 85 e 90 dias.  “Planta agora e vai colher na saída do Inverno”, disse ele. 
Já era para estar plantado. Mas como não se teve tempo de preparar a terra antes, devido a seca, se está colocando agora. Além disso, no caso de Cláudio Falkoski, é preciso considerar o fato de que a produção dele é orgânica, o que complica o prazo de colheita. A produção orgânica, que não usa veneno, que é o caso dele, é bem mais lenta. Com veneno viria mais rápido, “mas não é o nosso caso”, diz o agricultor.
Ele lembra que embora tenha perdido os peixes para a seca, vai arriscar de novo. E Cláudio está feliz, porque o governo Eduardo Leite está se propondo, através da Emater, a fazer alguns açudes ou cisternas, para ajudar os produtores. “Isso é uma coisa ótima para nós, pequenos agricultores, porque nos proporcionaria ter de certa maneira uma garantia de que não vamos perder tudo quando vier uma seca”.

 


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