Heinz Krug
A declaração é de Heinz Krug, executivo financeiro da empresa H. Kunzler, e que a pedido do Jornal Dois Irmãos avaliou a forte variação cambial dos últimos dias. Acompanhe:
O dólar estar em alta é efeito momentâneo ou exportadores acreditam que vai continuar?
Heinz Krug – O dólar subiu por uma série de fatores que vem sendo amplamente divulgados por vocês da imprensa. Mas, na segunda-feira passada, dia 25, ele subiu mais ainda. E essa subida em especial ocorreu após a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes. Acredito que o dólar no início do próximo ano vai estar próximo dos R$ 4,10, conforme prevê a pesquisa da Focus, do Banco Central.
Para os calçadistas, onde o dólar ajuda e onde ele atrapalha?
Heinz Krug – O dólar alto favorece os exportadores e prejudica os fabricantes do mercado interno que usam insumos importados.
Para calçadistas exportadores, qual seria um valor agradável do dólar, para uma boa produção?
Heinz Krug – O dólar ao redor de R$ 4,00 impulsiona os negócios com o exterior, fazendo aumentar o volume de pedidos. O ideal seria ele ficar próximo a esta cotação.
Quando se opera a exportação com dólar curto, de médio ou de longo prazo?
Heinz Krug – Os pedidos de sapato para venda no exterior são fechados por estação. E, por este motivo, as empresas calçadistas operam com o dólar no curto e médio prazo, porque não se sabe como ele estará cotado na estação seguinte.
Há pressão visível na instabilidade cambial brasileira, neste momento. A que se deve isso?
Heinz Krug – Os fatores que pressionam o dólar neste final de ano podem ser sintetizados em: frustração com o leilão da cessão onerosa, instabilidade política na América Latina, envio de remessas de dividendos, juro baixo (o que espanta os recursos especulativos), indicativos que o FED (Banco Central dos EUA) não vai mais reduzir os juros americanos e balança comercial com déficit em novembro.