(Foto: Divulgação / PMDI)
Na última quinta-feira (26) aconteceu mais um encontro do Grupo Reflexivo de Gênero no Fórum de Dois Irmãos, um projeto pioneiro na cidade, que ocorre desde 2023 e visa abordar a questão da violência contra a mulher de forma consciente.
O evento é resultado de uma parceria entre a administração municipal, Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação, Coordenadoria da Mulher, Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS), Poder Judiciário e Promotoria Pública. O objetivo central é reduzir a reincidência nos casos de violência doméstica por meio de encontros reflexivos com homens que foram autores desses atos.
Participaram do encontro o juiz da Comarca, Miguel Carpi Nejar, a assistente social e coordenadora dos grupos, Silvia Cristina Ferreira Maciel, o psicólogo Wilson Corrêa Vieira, a presidente do COMDIM, Ivete Rambo, os advogados Éder Damke e Gianfranco Baraccani, a psicóloga Elisandra Bremm e a assessora jurídica Renata Oerle Kautzmann. Também teve a participação especial de membros do Grupo Reflexivo de Santo Antônio da Patrulha, do oficial de justiça Anilton Junior de Lara Nunes, do advogado Leonardo Menezes, da psicóloga Fernanda Angélica da Silva Kauffmann e do professor da Escola Duque de Caxias, de Sapiranga, Ricardo Fernando Blos.
Em sua manifestação, o professor Ricardo Fernando Blos destacou a gravidade da violência psicológica, ‘que corrói a autoestima e desumaniza as pessoas silenciosamente’. Ele compartilhou experiências pessoais de perda e enfatizou a importância de pequenos gestos de carinho e afeto, que podem transformar vidas e combater a cultura da violência.
Saiba mais sobre Grupo Reflexivo de Gênero
A iniciativa consiste em seis encontros por grupo, que buscam sensibilizar os participantes sobre a não violência. Durante essas reuniões, profissionais de diferentes áreas são convidados para contribuir com o grupo, promovendo diálogo e esclarecimentos, proporcionando um ambiente propício para o compartilhamento de experiências.
O projeto funciona de forma integrada à Lei Maria da Penha. Após a vítima de violência registrar ocorrência e solicitar medida protetiva, o agressor é intimado judicialmente, sendo obrigado a respeitar a distância e a participação nos encontros dos grupos reflexivos. A ausência do homem intimado em dois encontros configura o descumprimento da medida protetiva.
Segundo a assistente social Silvia Maciel, a iniciativa é séria e comprometida em promover mudanças de conduta e hábitos, oferecendo uma oportunidade valiosa para os participantes superarem suas situações e construírem uma vida mais tranquila e respeitosa em relação ao gênero feminino. O projeto é uma resposta ativa à violência doméstica, buscando não apenas punir, mas efetivamente transformar comportamentos.
