Ginásio sofre em dias de chuva e precisa de reformas
Apesar de ser uma instituição exemplar, com grande apoio da comunidade e do seu Círculo de Pais e Mestres (CPM), a escola estadual 10 de Setembro tem impasses que precisam ser resolvidos, como falta de professor, merendeiras e profissionais da limpeza, além de reformas essenciais, como do ginásio e de toda a parte da fiação elétrica.
Com a luz da sala da direção queimada, a diretora Tereza Mayumi Orita e a vice-diretora Andrea Blume explicam que, devido à fiação elétrica da escola ser muito antiga, é necessária a troca de lâmpadas e equipamentos elétricos semanalmente. Isso gera um custo elevado e frequente para a escola. “A nossa caixa de luz está um emaranhado de fios, porque o prédio foi construído na década de 70, e foi muito bem construído para aquela realidade. Hoje, no entanto, a escola usa muito mais energia do que calculado naquele tempo. É preciso trocar tudo, atualizar para a realidade de hoje”, comenta a diretora.
Essa demanda vem sendo solicitada pela escola ao Estado desde 2013. O projeto da nova fiação foi aprovado e a verba supostamente está disponível, mas a obra não ocorre porque trava na parte da contratação da empresa para realizar a reforma, na Secretaria de Obras do estado. Segundo Tereza, já vieram duas ou três empresas – uma delas, em 2017, chegou a deixar os instrumentos de trabalho na escola, mas antes mesmo de começar abandonaram a construção. “Estamos na mesma situação, esse ano é a gestão da Tereza, mas não mudou nada, existem novas promessas de que está em andamento, de que vai vir a verba, mas o conserto não acontece”, destaca Andrea.
Além da queima de equipamentos da escola, existe também o risco para os alunos e colaboradores com a fiação antiga, como choques, curtos-circuitos e até a possibilidade incêndios. “Nós não estamos parados, nossa ideia é de que nunca aconteça, mas, caso aconteça, que tenha o menor risco de vida”, diz Tereza. Por isso, este ano eles farão uma simulação, junto aos bombeiros, para que eles saibam como lidar com a situação, caso aconteça algum acidente em relação a isso.
Falta de professor desde o início do ano
A falta de professor de geografia acontece desde o início do ano letivo. De acordo com a diretora, uma professora foi encaminhada para a função, sendo ela a quarta que está a caminho e não chegou ainda para suprir a demanda. “O Estado faz os seus passos e, quando chega na hora da pessoa assumir, ela desiste. Isso é um problema burocrático do Estado, onde tudo requer diversos passos e as coisas andam muito lentamente. Nós só podemos pedir e esperar pela profissional”, afirma a vice-diretora Andrea. Para suprir a falta da professora de geografia, outros professores de áreas afins, como biologia e química, foram encarregados de passar conteúdo para as crianças não ficarem sem aula.
Um ponto positivo é que foi aprovado pelo Estado para que uma professora possa ficar disponível no contraturno, para aulas de reforço com atendimentos de até cinco alunos por vez. Isso se tornou necessário, pois em razão da pandemia muitos estudantes ficaram com defasagem no aprendizado, especialmente na parte de alfabetização.
Merendeiras e profissionais de limpeza também são necessários
A escola tem 800 alunos divididos em três turnos. No ano passado, a escola 10 de Setembro tinha à disposição três merendeiras e cinco funcionárias para a parte da limpeza. Atualmente, está com apenas uma merendeira e três profissionais de limpeza. Dessa forma, a direção precisa auxiliar na hora de servir a merenda escolar, que pode ser apenas lanche, devido à falta de profissionais. “Estas contratações não estão ao alcance da direção, apenas do Estado. Não temos notícia do governo estadual sobre mandar uma merendeira. Eles alegam que não têm ninguém na banca para o cargo, mas é preciso achar uma solução, e é isso que nós estamos cobrando”, acrescenta Andrea.
Ginásio fica alagado com a chuva
Um espaço importante da escola que precisa de reformas é o ginásio. Quando chove fora, chove também dentro do edifício, que logo fica alagado, inviabilizando o uso dos alunos. Ademais, o piso por ser mais antigo precisa de reparos constantemente, por isso uma reforma causaria menos despesas para a escola.
O papel vital do CPM
De acordo com a direção, sem a ajuda do CPM a escola estaria com muitos problemas. Quando existia a falta de água, por exemplo, o CPM se organizou para adquirir uma caixa d’água maior e resolver o impasse. Quando ocorre a queima de uma lâmpada, bebedouro ou ar-condicionado, devido à fiação antiga, eles auxiliam no concerto e reposição. Iniciativas como cachorro-quente, bingo e outras ações auxiliam a escola 10 de Setembro a se manter como uma instituição pública de referência no ensino. O que falta para a resolução destas questões vitais é que o Estado assuma a responsabilidade sobre a escola, assim como a comunidade de Dois Irmãos o faz.
(Por Giordanna Benkenstein Vallejos)