Fonte: g1 RS
Reeleito governador do RS, Eduardo Leite (PSDB) garantiu nesta segunda-feira (31) que pretende manter diálogo com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em seu novo mandato a partir de 2023. Leite recebeu 57,12% dos votos no RS na eleição de domingo (30) e voltará ao cargo que ocupou entre 2019 e março deste ano.
– A população brasileira, de forma absolutamente legítima e soberana, decidiu pelo seu novo presidente da República. Nós estaremos ao lado buscando construir soluções. Eu sempre digo que não existe um povo municipal, um povo estadual e um povo federal. Existe um povo só, e a gente tem que trabalhar juntos para atender a população – disse o governador eleito, em entrevista ao Jornal do Almoço.
O tucano lembrou que foi governador do estado durante o governo federal de Jair Bolsonaro (PL), antes de renunciar ao cargo para buscar uma candidatura à presidência da República, o que acabou não acontecendo. E ele já havia cumprido mandato como prefeito de Pelotas, na Região Sul do estado, durante o governo federal de Dilma Rousseff (PT).
– Tenho uma boa expectativa de podermos nos relacionar positivamente. Fui prefeito com Dilma presidente, fui governador com Bolsonaro presidente, e nunca deixei que qualquer tipo de diferença do ponto de vista ideológico dificultasse a relação – garantiu.
Contas públicas
O governador reeleito voltou a falar sobre o plano para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, assinado durante o seu mandato como forma de tentar estabilizar as contas públicas. Leite lembrou que o debate sobre a dívida dos estados junto à União foi debatida durante os dois primeiros mandatos de Lula como presidente.
– Lula foi presidente e não abriu espaço, naquele mandato, para perdoar dívidas de estados. Houve uma renegociação no governo Dilma, aqui começou no governo Tarso e foi concluído no governo Sartori. [Houve] a pactuação, reduzindo os juros da dívida do estado, e isso foi positivo. Essa questão da dívida perpassa os governos, e a gente vai poder discutir e trabalhar sobre ela. Assinamos porque era o caminho responsável, mas tanto quanto houver abertura do novo governo para que tenhamos melhores condições, se vier de forma positiva para os gaúchos, é claro que a gente vai estar aberto e procurando melhores condições – disse.
Sobre a prioridade de seu novo governo, Leite disse que pretende investir na educação. Disse que é preciso “dar um salto muito grande” na área e que começará a planejar ações para o setor a partir de uma reunião com o atual governador Ranolfo Vieira Júnior nesta terça (1º).
– [Vamos] encaminhar algumas ações de reestruturação da máquina administrativa, para que possamos dar mais resolutividade e rapidez nas entregas da educação, que para mim é uma fragilidade [do RS] – disse.
Em relação ao ICMS e à capacidade de investimento do governo, Leite admitiu a possiblidade de aumento de impostos no estado, caso não haja compensações federais.
– Vamos ter que conversar com o novo governo. Nossa intenção é manter as alíquotas reduzidas, mas, se queremos atender essas demandas, temos que ter receita. Ou virá na forma de impostos ou na forma de compensações do governo federal, que foi quem impôs a redução nas alíquotas – afirmou.
