
Por Rafael Sauthier*
Na madrugada de sexta-feira (6 de março de 2020), na calada da noite, por volta das 2h da manhã, enquanto a maioria da população dormia o sono dos justos, sete assaltantes tentavam a sorte em Paraí, na serra gaúcha. Armados de armas curtas, longas e explosivos, os criminosos tentaram roubar as agências dos bancos Sicredi e do Brasil. Não contavam com a astúcia da polícia militar, que já tinha essa informação de antemão e montou o cerco para prendê-los.
Durante a ação criminosa, os brigadianos agiram e deram voz de comando para que os meliantes se rendessem. Apesar disso, os contraventores decidiram atirar contra os policiais e intenso tiroteio se iniciou. Saldo: o assalto foi frustrado, os sete assaltantes restaram mortos e nenhum policial ficou ferido. Parabéns à gloriosa Brigada Militar que impediu que o crime ocorresse sem que inocentes resultassem feridos.
Bem, a ação violenta já nem chama mais tanto a atenção, diante de tantos fatos similares ocorridos no passado em pequenas cidades do interior. O que continua a deixar a todos perplexos é essa atitude dos criminosos de não aceitar a prisão e buscar a morte através do enfrentando com a polícia. A grande maioria destes criminosos não tem mais que 30 anos de idade. Aliás, a grande maioria da população prisional brasileira gira entre 18 e 25 anos.
Numa idade em que tais jovens deveriam buscar o mercado de trabalho e “conquistar o mundo” em todas as áreas da vida, vemos uma triste estatística: boa parte dos nossos jovens pobres e da periferia formam o que pode se chamar de “geração perdida”, indo ao encontro da morte através de um dos piores atalhos de todos que a vida não recomenda, os crimes violentos.
(*) Rafael Sauthier é Delegado de Polícia há 18 anos e exerce suas atividades no Vale do Sinos. Também é mestre em Ciências Criminais pela PUC RS e professor de Direito Processual Penal na Faccat
(Foto: Agência RBS)