Paulo José Schmidt Brachtvogel
Ao abrigo deste vasto cerúleo,
Contemplei – e ainda contemplo –
Uma grande quantidade de acontecidos
Sob este sol que doura nossos dias,
Ando ao encontro da sabedoria
Ao buscar o conhecimento,
Elevo, também, meu desalento
Não sou como um papel em branco,
Que aceita qualquer escrita
Conheço a minha alma,
Não me iludo com ela
Não abro mão de sentir as emoções,
Mesmo que elas me atormentem
Aprendi que muitos problemas são insolúveis,
Embora seja possível superá-los
Faço-o sem negá-los,
Permitindo que se cumpram naturalmente,
Aceitando-os,
Buscando compreendê-los
Jogo o jogo da vida,
Aceito o que o destino me reserva:
O bem e o mal,
O sol e o cinza esfumaçado
Aceito o meu próprio ser,
Com o lado positivo e o lado negativo
Pertenço a mim,
Poetizo a minha liberdade,
Idealizo a elevação harmoniosa da sabedoria
Por consequência de personalidade,
Tenho consciência das minhas vontades,
E onde há vontade, há caminhos...
Assim, caminho em direção ao campo lavrado
Este me acolherá em seu seio
A morte – única certeza da vida –
Encontrá-la-ei somente
Quando me faltar o ar da vida
Não antes disso – como para alguns acontece –
Não sei o que há depois,
Mas sei que, depois de mim,
O vento soprará suave e penetrante,
Do mesmo jeito que sempre soprou...
As sombras sempre se desfazem
Não deixarei que o brilho da luz me cegue
Ao contrário, contemplá-la-ei...
Mergulhando na contemplação,
- Pois sem ela, nada é possível -
Renascerei aos poucos,
De forma autônoma,
Vivendo a vida por completo,
Com devoção!