Centro Espírita Em Busca da Luz – Dois Irmãos

“Vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. 
Vêm através de vós, mas não de vós. E embora vivam convosco, não vos pertencem...” 
 

Estas palavras de Kalil Gibran, poeta libanês, na poesia Os Filhos, nos leva a meditar sobre nosso sentimento de posse. Neste exemplo, trouxemos a relação com os filhos, mas, em nossos corações, ainda carregados de egocentrismo, vamos nos apropriando de tudo à nossa volta, como se tivéssemos este poder.
Ainda somos crianças espirituais e nossas manifestações de afeto são infantis. A forma como manifestamos nossos sentimentos é imatura, e sofremos muito quando vemos que algo que julgamos ser nosso na realidade não nos pertence.
Dizem as culturas orientais que um dos grandes fatores de geração de sofrimento é o apego. Não podemos confundir carinho, proteção com apego. Quem ama verdadeiramente liberta, quer partilhar o que lhe faz bem com outros, e permitir que seus seres amados estejam bem e felizes, ainda que distantes fisicamente.
Torna-se necessário um olhar respeitoso para nosso coração para identificarmos como estamos. Pergunte-se: sou solidário? Sou empático? Partilho com o outro aquilo que é importante para mim? Partilho conhecimento? Lido facilmente com as mudanças que a vida impõe? Aceito ideias e sugestões que diferem dos meus desejos?  É... Este olhar interno nos retrata nossa realidade de apego exagerado ou não.
Sendo assim, o sentimento de posse e o controle, no que diz respeito às pessoas e sobre as coisas materiais, sempre trazem algum tipo de dor ou sofrimento para um lado ou para o outro, quando são usados como armas ou instrumentos do apego. Serve para anular a liberdade de ser de outrem ou tentar limitar as ações naturais daquilo que tem que ir ou daquele que deseja viver.
Aprendemos com Jesus que devemos ser humildes e amorosos com todos. Vemos que ainda não conseguimos este feito. Por isso sofremos, pois tudo que queremos é nos apropriar daquilo que admiramos ou amamos.
Os tempos são chegados nos dizem os Espíritos amigos no livro A Gênese, obra que faz parte da base doutrinária do Espiritismo, em seu capítulo 18. É tempo de reflexão, é tempo de mudança, é tempo de reavaliação de valores, é tempo de trilhar novos caminhos na vida. O momento é de mudanças e muito de desapego. Falamos sim do desapego que deve ser trabalhado conscientemente no âmago de cada coração. 
Os acontecimentos atuais nos ensinam que não podemos mais postergar mudanças internas. São tempos chegados de consciência de nossa espiritualidade, tomada de consciência de que nossos corpos físicos são frágeis e passageiros. Não temos o domínio da vida como prepotentemente muitas vezes julgamos.
Coragem, fé e esperança é indispensável, fundamental neste momento, para buscarmos nosso equilíbrio espiritual.
Sempre é tempo de mudar. Somos herdeiros de nós mesmos, comecemos hoje a transformação para melhor e amanhã colheremos nossos feitos. Com certeza mais livres e felizes. 

COMUNICADO
O Centro Espírita Em Busca da Luz, que fica na Rua Sapiranga, 30, sala 209 – Centro Comercial Ramiro Kraemer, está com suas atividades suspensas desde 19 de março em razão da pandemia de Covid-19 A Casa permanecerá fechada até futura mudança nas diretrizes dos órgãos competentes.
Fazemos atendimento fraterno com hora previamente marcada, tomando todos os cuidados de higiene, uso de máscaras e distanciamento determinados em lei. Convidamos a comunidade a unir-se em prece (a prece que souber) pela saúde da humanidade e combate à Covid-19, diariamente, às 19h30. Lembremos das palavras de Jesus: “Onde houver duas ou mais pessoas unidas em meu nome, lá estarei”.