
Pe. Diego dos Anjos Soares – Paróquia São Miguel*
Muitos fatores históricos nos trouxeram a esse momento ímpar da sociedade humana onde mais e mais pessoas não veem sentido nas suas vidas. Afinal de contas, a vida é apenas isso: trabalhar, ter uma casa, comprar um carro, pagar contas, trabalhar mais, pagar mais contas?
Quando Deus foi tirado da nossa educação, perdemos a consciência de que “há mais coisas entre o céu e a terra do que os olhos podem ver” (e as mãos podem tocar e o dinheiro comprar). Deixamos de dar valor às coisas eternas para em demasia valorizar aquelas que satisfazem apenas o nosso hoje, nosso momento atual, e o preço que pagamos com isso é que abandonamos o sonho de Deus para nós: nossa vocação.
Vocação, diferente do que muitos pensam, não é sinônimo de profissão. É algo muito maior, que dá sabor de eternidade àquilo que é passageiro, que nos faz abraçar a felicidade apesar das dores que, tal qual rosa com espinhos, ela nos traz. Quem já se olhou no espelho e se perguntou: “O que Deus quer para mim?” É aí que encontramos nosso chamado que ecoa de e para toda a eternidade. É preciso buscar a felicidade onde ela realmente se encontra, custe o que custar, doa o que doer.
Neste mês, nos unimos enquanto Igreja para rezarmos uns pelos outros a respeito do chamado que Deus fez para cada um de nós. Vocação, mesmo quando já assumida e consumada, precisa ser constantemente renovada diante Daquele que nos chamou. E se ainda não abracei a vontade de Deus na minha vida, é tempo de abrir os ouvidos do coração para atender ao verdadeiro chamado que Ele me faz.
Não tenhamos medo! “Deus não nos tira nada! Ele nos dá tudo!” Só espera que sejamos corajosos o suficiente para dizer SIM. Dizer para a vocação que já assumi e dizer para a vocação que, talvez, ainda não tive coragem de abraçar. Afinal de contas, “só é feliz quem realiza sua vocação”.
* Diretor Espiritual do Seminário Maria Auxiliadora