Por Alan Caldas – Editor
Roque Feiten nasceu com apoio da parteira Leonida, no Travessão, Dois Irmãos, no dia 23 de abril de 1959, e foi uma surpresa porque a família esperava um e vieram dois. Eram gêmeos. Nasceu primeiro o irmão Romeo. Aí veio o Roque. E dona Leonida brincou, dizendo: “oooba, esse eu vou ficar para mim”.
Seu pai era Norberto Arlindo Feiten, que faleceu aos 92 anos e foi agricultor. A mãe é dona Helga Feiten, tem 92 anos e ótima saúde. Além de Roque e o gêmeo Romeu, a família teve os filhos Glaci, Regina, Sérgio, Isolde e Elisa.
Roque estudou na escola mais antiga do município, a Doutor Mário Sperb. Quando terminou o Primário e incentivado pelo padre Valentin Weschenfelder ele foi para Bom Princípio, estudar no Seminário São João Vianey. Ficou lá entre 1972 e 73.
Em 1974 foi para Gravataí, no Seminário São José, e em seus planos estava ser padre. Porém, em 1976, quando estava no 2º ano do Colegial ocorreu uma tragédia na família. Seu irmão gêmeo estava arando e os cavalos por razão desconhecida dispararam e o arrastaram, matando Romeo. Roque voltou e passou a ajudar o pai. Passou a estudar em Dois Irmãos. Em 1981 concluiu o 2º Grau, entrou na faculdade de Relações Públicas na Feevale, em 1982, mas fez apenas 2 semestres, abandonando os estudos em definitivo.
Em 1979, logo que retornou do Seminário, Roque foi convidado por Albino Osmar Weschenfelder e se elegeu secretário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Ele já participava de associações, pois desde 1976, e a convite de Romeo Benício Wolf, Roque integrava a diretoria e o conselho da Sociedade Santa Cecília.
Roque sempre foi ligado à Igreja Católica, tanto que em 1977 era Ministro da Eucaristia. Em 1981 e incentivado pelo inesquecível padre Günter Büttenbender, Roque criou o Grupo de Jovens na Paróquia de Dois Irmãos, para ajudar nos eventos da Igreja.
Em 1982 é que Roque começou seu próprio negócio e entrou na área de alimentação. Ele comprou da senhora Brunilda um bar e armazém de secos e molhados, na avenida 25 de Julho. Ficou 3 anos nesse empreendimento e nesse meio tempo entrou de sócio em um Bar, Restaurante e Pizzaria na avenida Irineu Becker. Comprou ali a parte do sócio Gilberto ‘Pedi’ Görgen e, posteriormente, a dos outros dois sócios. Então transferiu o restaurante para a esquina da rua Gramado com Walter Fleck. E foi nessa época, 1985, que incentivado novamente por Romeo Benício Wolf ele adquiriu o terreno que havia em frente e que é onde hoje está o Rocks Bar Restaurante.
Roque logo começou a construir naquele terreno, e para poupar dinheiro ele ajudava como pedreiro. Em 1986 inaugurou o local, colocando ali o Rock’s Bar. Na sequência e precisando de espaço, ele adquiriu o terreno ao lado, comprando-o do histórico senhor Paulinho Feldens.
O Rock’s Bar Restaurante se tornou um “point” para os jovens de Dois Irmãos. E havia em 1985 um grupo de amigas que sempre ia jantar lá. E, entre elas, estava a jovem e linda Mirtes Link, pela qual Roque desde sempre se derretia. As garotas jantavam ali e na hora de pagar a conta, a da Mirtes era sempre “por conta da casa”. E foi assim que a Nuga, como ela é mais conhecida, igualmente passou a se derreter pelo jovem e bonitão Roque. E hoje, brincando, ele diz que provavelmente a conquistou “com as pizzas e parmegianas que fazia especialmente para ela”.
Casaram no dia 24 de julho de 1992, na Igreja Católica e com festa na Santa Cecília. Têm dois filhos. A Pamela, que cursou Administração e Gastronomia e hoje cuida do restaurante com o esposo Adriano, e o Matheus, que cursou Comércio Exterior e é comerciante em Novo Hamburgo.
Roque até havia pensado em ser padre. Mas o destino havia lhe reservado a área de alimentação e não os púlpitos. E foi trilhando por esse caminho que em 1993 ele foi eleito ecônomo da Sociedade Atiradores. Deixou o Rock’s Bar com ex-funcionários e foi cuidar da sociedade. Ficou até 1997 e, então, já bem conhecido no meio, voltou ao seu restaurante e passou a abrir 7 dias por semana. Na época, os garçons eram o Jorge Romeo Feltes, que é mais conhecido por Xerox, e o André Fröhlich, cujo codinome é “Montanha”. Serviam ali pizzas e bifes, tudo à la carte.
No ano 2000 o Roque foi ser o ecônomo da Sociedade Santa Cecília. Ficou lá até 2009, e tornou-se o único do meio a ser ecônomo das duas mais históricas sociedades de Dois Irmãos. Assumiu a sociedade e arrendou o Rock’s Bar para o Nélio Kaefer, que ao sair abriu seu próprio e igualmente famoso Restaurante Baumschneis. Durante sua estada na Santa Cecília, Roque também foi ecônomo da Sede Campestre do clube.
E de onde veio o nome Rock’s Bar?
Em 1986 o Roque havia comprado o bar Michells’s Haus, na avenida São Miguel e que era de propriedade de Décio Nienow. E trocou o nome para Tropicana. Ali se reunia um grupo de amigos, como Romeo Wolf, Mallmann, Mauro Saueressig, Luiz Fernando Kuntzler, Argenta e Gilmar Weber. E uma noite o Gilmar Weber disse que era preciso “americanizar” o ambiente, e sugeriu chamar o local de Rock´s Bar. E surgia assim o nome de um dos hoje mais famosos restaurantes da região.
Roque Feiten esteve sempre em muitas atividades na sociedade. Em 1990 surgiu o Consepro e ele imediatamente integrou esse trabalho voluntário em favor da segurança. Entre 2000 e 2005 foi padrinho e colaborador do Clube Reviver. Entre 2010 e 2014 integrou o Conselho Econômico da Igreja Católica, junto com Giovani Eich, Guilherme Fröhlich e Irineu Giehl.
Em 2013 ele foi convidado a administrar uma propriedade de confinamento de gado em Lomba Grande. Ficou lá até 2018 e levava equipe de trabalho aqui da cidade, vendendo o gado para o frigorífico do inesquecível amigo e empresário Adelcio Haubert, em Santa Maria do Herval.
Homem ligado ao trabalho sem trégua, em 2009 Roque começou a conhecer o mundo graças ao seu grande amigo Maneca Henrich, com o qual ia em caçadas, sempre atuando como cozinheiro do grupo. Esteve no Uruguai, Argentina, Chile e dezenas de outros lugares. “O Maneca me ensinou a viver”, diz Roque, sorrindo feliz ao lembrar do “grande parceiro” que reconhece em Maneca Henrich, infelizmente falecido em 2013.
Hoje Roque está “razoavelmente” aposentado, pois nunca para. Integra 10 diferentes grupos na cidade, para os quais via de regra ele cozinha. E vez que outra faz jantares para clientes de empresários amigos seus na Fenac, Fimec e Zero Grau. “Se diverte”, diz ele. Está com 64 anos. Tem 1,88m. Pesa 97 quilos. Calça 43. Seu grupo sanguíneo é O negativo. E a saúde é excelente. “O Delano Schmitz não me reprovou em nenhum exame”, diz Roque, dando uma sonora gargalhada. Faz algumas caminhadas. Gosta mais de viajar de carro do que de avião, “porque de avião se perde muito tempo”, diz ele. Come churrasco e adora comida de caça. Pescou por muito tempo, em dezenas de locais, no Brasil, Argentina e Uruguai. É louco por futebol, assiste todo e qualquer jogo, não importando o time. Dorme pouquíssimo, pois nos economatos na Atiradores e Santa Cecília os bailes o treinaram a ficar acordado. E em vista do barulho dos bailes passou a detestar ruídos altos, pois tem uma deficiência em um dos ouvidos. É perfeccionista, e até tem um painel na chácara com todo tipo de equipamento que se alguém mexer ele sabe que foi mexido. Não se dá bem com tecnologia e nem tem redes sociais. Vê Dois Irmãos como uma cidade com enorme potencial, mas que precisa dar mais oportunidade para os jovens trabalharem pelo bem comum.