Por Alan Caldas – Editor (De Coimbra - Portugal)
Coimbra (que já foi capital de Portugal) é sonho de brasileiros que adorariam estudar em sua Universidade. Eu inclusive, em épocas passadas.
A cidade divide-se em alta e baixa. É o estilo português: um rio com uma cidade na baixa e outra na montanha.
Na baixa de Coimbra está a preservação da história. Prédios da Idade Média. Ruelas milenares de tamanho mínimo. Igrejas antiquíssimas com detalhes de arquitetura impressionantes. E um comércio pleno de energia e que mescla o antigo (como o Mercado Municipal) com o moderno, onde Coimbra cada dia floresce mais devido aos reparos permanentes que a administração impõe ao município.
Na parte alta de Coimbra, além de bairros e construções modernas, além das muitas Repúblicas (moradias) de estudantes, está a Universidade de Coimbra. É ela que coroa a cidade.
Há um aroma de cultura, circundando a Universidade, um perfume de conhecimento profundo. E seus cursos impõem-se intelectual e espiritualmente sobre tudo e todos nesta cidade de cultura e história impressionantes.
Criada lá em Lisboa no ano de 1.290, por Dom Dinis, a Universidade iniciou com os cursos de Teologia, Cânones, Leis e Medicina.
Mais tarde, transferida aqui para Coimbra, expandiu sua área de conhecimentos sem abrir mão do estilo, sem ceder ao “modernismo raso”, e assim fez jus ao fato de ser uma das universidades mais antigas e respeitadas do planeta.
Hoje, seus 22 mil alunos dividem-se entre os cursos de Letras, Direito, Medicina, Ciências e Tecnologia, Farmácia, Economia, Psicologia e Ciências da Educação, Ciências do Desporto e Educação Física.
O que chama atenção é o traje dos alunos.
O uniforme é um dos maiores símbolos da tradição universitária em Coimbra: uma longa capa preta, gravata, camisa social, calças para os homens e saias para as mulheres.
Vestir a capa e a batina de Coimbra é sinônimo mundial de prestígio intelectual.
Além da roupa típica, cada curso recebe uma fita com a cor correspondente ao curso. A cada ano vão cortando um pedaço da fita. E, no final, ocorre a “queima das fitas”. É a festa dos estudantes, que comemoram esse período glorioso de suas vidas com música, dança e alegria, sempre ao ritmo da “Tuna”, grupos musicais formados por estudantes da própria universidade.
No ano de 1986 (se não me trai a memória) o meu amigo hamburguense Marcelo Fontoura foi o “chargista” oficial de uma dessas festas, fazendo, na hora, desenhos de cada movimento de alegria, danças, risos e tudo que os estudantes fazem no momento da queima das fitas.
A área toda da Universidade é adorável. E se você é da rara turma que gosta de ler, certamente se apaixonará pela Biblioteca Joanina. Esse prédio onde estão os 22 mil livros do acervo tem perfume e toque de história. Mas não é fácil salvar tantos livros seculares das traças. E, como “equipe de apoio”, existem aqui os morcegos. À noite eles fazem o banquete e se alimentam desses bichinhos que corroem o papel. São tão respeitados os morceguinhos que tornaram-se um símbolo da Universidade de Coimbra.
O quê?...
Não, não... nada a ver com o uniforme dos alunos, é claro... Kkk...