Por Alan Caldas (Editor)
Renata Krauspenhar nasceu no dia 15 de janeiro de 1945 em Linha Brasil, localidade de Nova Petrópolis. Filha do professor e agricultor Albino Krauspenhar e da costureira Melita Ullmann Krauspenhar, ela teve o irmão Laurindo e as irmãs Inge Maria e Ilse.
Aos 7 anos a pequena Renata foi estudar no Colégio Bom Pastor, em Nova Petrópolis, e ali cursou o Primário. Em seguida ela fez o teste de admissão ao Ginásio, no Colégio São Pedro, em Gramado, e se mudou para lá, passando a morar naquele colégio no regime de internato. O internato durou um ano e, então, Renata passou a morar numa família, e ali fazia os trabalhos da casa em troca da habitação.
Morou em Gramado até se formar no Ginásio. Depois fez diversos cursos. E, então, aos 17 anos ela foi trabalhar. Foi ser professora na Linha São Jacó, em Nova Petrópolis. Era um lugar bem ermo, lembra ela. Morava na casa da família de Antônio Knorst e só ia para a casa dos pais nos finais de semana. Deu aula naquela pequena localidade por 5 anos, dos 17 aos 22 anos de idade, e ainda hoje tem alunas e alunos que se correspondem com ela.
Aos 22 anos, jovem e cheia de alegria, de energia e de sonhos, Renata começou a ficar cansada de estar naquele local tão pequeno e distante. O destino a estava chamando. E embora exercesse o Magistério com dedicação e competência, ela começou a ficar triste.
Nessa época, uma prima dela que morava em Porto Alegre se comunicou com ela e vendo que ela não estava mais gostando do que fazia, sugeriu que fosse morar na Capital, também. Renata aceitou o convite. Passou a morar em Porto Alegre, com a prima, num apartamento na Avenida Farrapos, “ao lado do prédio da caninha Tremapé”, lembra ela, sorrindo.
Em Porto alegre Renata foi fazer aquilo que acreditava ser seu destino: a moda! Começou a trabalhar com a Modista Catarina, uma famosa costureira de Alta Costura que tinha seu atelier na Avenida Brasil.
Naquela época, as roupas prêt-à-porter não representavam as pessoas mais finas e elegantes, que, então, recorriam às Modistas para roupas sob medida e exclusivas. Renata entrou naquele mundo que para ela era como se fosse um sonho. Ficou com essa modista durante um ano, trabalhando intensamente e aprendendo tudo que podia.
No ano seguinte foi trabalhar com outra Modista, ainda mais afamada, a senhora Edi Storck, que era uma verdadeira referência na Alta Costura gaúcha e tinha seu atelier no IAPI. Ali Renata ficou por 3 anos, alinhavando, costurando, aprendendo e trabalhando muito, mas muito mesmo, iniciando às 7h30 e terminando só às 23h25, quando pegava o último ônibus para ir até seu apartamento na Farrapos.
Durante os fins de semana Renata precisava ver os pais, mas como ir até Linha Brasil era bem distante e complicado, porque não haviam tantos ônibus, Renata começou a ficar em Morro Reuter, na casa do senhor Benno Mallmann, que era seu parente, e os pais vinham vê-la ali.
O senhor Mallmann era concessionário da Rodoviária no Morro Reuter e ali também havia um restaurante, no qual a Renata ajudava no balcão. Foi ali que ela conheceu o Luiz Marino Stoffel. Ele ia lá almoçar com alguns amigos e, muito respeitosamente, sempre olhava um pouco mais para a Renata. Um dia os amigos chegaram antes dele, sentaram na mesa e colocaram uma rosa sobre o prato que seria o dele, assim que chegasse. Quando o Marino chegou e viu a rosa, perguntou o que era aquilo, e os amigos disseram: “foi a Renata que colocou para ti”. Ele se empolgou é claro.
Começava ali um relacionamento que se transformou em conversas, em passeios, em namoro, em noivado e que chegou ao casamento no dia 16 de novembro de 1974. Celebraram o Sim na hoje Antiga Igreja Matriz de Dois Irmãos e festa na Sociedade Santa Cecília, mas só para pessoas mais próximas, pois um mês antes havia falecido o pai do Marino Stoffel.
Renata naquela altura da sua jovem vida estava preparadíssima para ser da Alta Costura. Foram 4 anos de treino intenso, e obviamente ela sonhava em seguir nessa profissão. Além dela, as mulheres de Dois Irmãos obviamente esperavam ter na cidade uma costureira como ela. Porém o casamento é um compromisso e tem responsabilidades. Marino já tinha a panificadora, e na união do casal Renata acabou se registrando na empresa e indo trabalhar na administração do negócio do esposo.
A Stoffel nessa época havia aberto uma padaria em Novo Hamburgo e Renata foi trabalhar lá por 11 anos. Ia diariamente dirigindo a Kombi. Ia carregada de pães, cucas e biscoitos, para abastecer a padaria. E, além disso, também fez muitas vezes o reparte de pães em Morro Reuter, Picada São Paulo e arredores.
No andar do tempo, vieram as duas filhas do casal. A Sofia, que nasceu em 1975 e recentemente lhes deu o neto Caio Luan Stoffel Santana, e a Simone, nascida em 1979 e que lhes deu a neta Marina Luiza Stoffel Leist.
Renata costurou para a Panificadora, cortando e costurando muitos aventais e uniformes ao longo dos anos. Mas nunca abriu seu tão sonhado Atelier de Costura. E embora ao longo do tempo ela tenha tido outras atividades, no registro de aposentadoria dela consta a Panificadora Stoffel.
Nessas outras atividades que teve, está, por exemplo, a de guia turístico. Renata foi convidada e aceitou ser guia na empresa Klein Tour. Nessa época, além de outros roteiros, entre eles o Uruguai, Renata passou a acompanhar lojistas de Dois Irmãos que iam fazer compras em São Paulo. Ela recorda com grande alegria das viagens feitas com as amigas lojistas Vânia Petry, Mirla Sander Oliveira, Rosa Loebens Klein, Lori Dapper e tantos outros da cidade e região que iam a São Paulo abastecer-se de produtos para vender em Dois Irmãos.
Renata foi e é uma mulher reconhecidamente elegante e que sempre gostou de festas e eventos. Em vista disso, por algum tempo ela foi colunista social do jornal de Novo Hamburgo. Sempre ligada em moda, em 1989 e porque as filhas já estavam mocinhas, a Renata abriu a loja Requinte, com roupas femininas e masculinas, junto ao local onde hoje está a Boutique Charme, no centro de Dois Irmãos. O empreendimento duraria 7 anos e Renata só fechou porque a filha Sofia resolveu entrar para o mundo do teatro e se mudou para o Rio de Janeiro e a filha Simone casou. Sozinha, ela encerrou a empresa.
Em 1993 a Renata foi convidada a assumir a coluna social do Jornal Dois Irmãos. Aceitou e ficou como colunista até o ano de 2015. Nesse ano ela teve um problema cardíaco e precisou fazer cirurgia para colocar ponte de safena. Encerrou, então, sua vida de colunista social.
A cirurgia a fez se tornar mais caseira. Ela parou, por exemplo, de participar do grupo de amigas que por 30 anos se reuniam semanalmente para jogar canastra. Também desacelerou um pouco seu magnífico trabalho de bordados que fazia junto a APAE de Dois Irmãos. E, igualmente, teve de reduzir sua participação no Lions Clube, do qual foi sempre uma colaboradora fiel e ativíssima.
Hoje Renata segue tomando seus cuidados pois só quem já teve um enfarte sabe o que significa. Tem 1m63. Pesa 76 quilos. Calça 39. Dorme normalmente, oito horas por dia. Tem alimentação saudável embora siga adorando churrasco, que é seu prato favorito. Bebe pouquíssimo, e se bebe é champanhe e licor. Segue lendo seus livros, especialmente romances, que ela adora. Por recomendação médica ela faz hidroginástica duas vezes por semana e uma vez na semana faz massagem. Antigamente fazia caminhadas, mas parou. Porém pretende voltar a caminhar, “até para poder andar por aí com meu neto Caio Luan, que está uma coisa muito linda”, diz ela, sorrindo feliz.
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RENATA KRAUSPENHAR STOFFEL
Esposa de: Luiz Marino Stoffel
Mãe de: Sofia e Simone
Avó de: Marina Luiza Stoffel Leist e de Caio Luan Stoffel Santana
Filha de: Melita Ullmann Krauspenhar e Albino Krauspenhar
Neta de: José Krauspenhar e Sofia Schaefler Krauspenhar e de Henrique Ullmann e Malvina Colliselli Ullmann