Por Alan Caldas – Editor (De Ronda, Espanha)
Ronda foi construída no alto da montanha.
E é duas cidades numa: a da montanha de lá e a da montanha de cá.
Separadas por um desfiladeiro ao qual chamam de “El Tajo” (se lê “tárro”). O “talho”. E é ele que divide e une a cidade “nova” (século XV) da cidade “velha” (velhíssima), criada pelos árabes.
As duas cidades, a “nova” e a “velha”, cruzam esse desfiladeiro El Tajo e ligam-se por uma ponte imensa que cruza o desfiladeiro e proporciona imagens impressionantes da cidade aqui em cima em relação as poucas pessoas lá embaixo.
A ponte nesta altura foi erguida “a muque”.
Tirando a ponte e o desfiladeiro, atração principal, Ronda tem a Ciudad Vieja, linda, diversos museus e praças com “belvederes” que dão pontos de visões sensacionais. Tem um belo “Calçadão”. Tem grande comércio de “recuerdos”, as lembrancinhas. E muitos restaurantes, cafés e lugares com belíssimas vistas para se sentar e tomar uma “caña” (um copo pequeno de cerveja) ou uma “pinta” (o canecão de 500 ml), degustando “tapas” (fatias de pão com coberturas diversas), presunto ibérico (de sabor inigualável no mundo) ou para ficar “picoteando”. “Picotear” significa comer pequeninas porções de diferentes “tira-gosto”.
A cozinha de Ronda? Falam em abóboras e morcilha. E num tipo de feijão com tomate, alho, fiambre e chouriço que parece feijoada, não parece? Sopa de amêndoa é clássico. Alcachofra, queijo de cabra e tortilha também. Mas não provamos isso e nem o vinho.
A “Plaza de Toros” de Ronda é lendária na Espanha. Até o escritor Ernest Hemingway (autor de “Por quem os Sinos dobram”, obra que narra a guerra civil espanhola) dizia “invejar” Ronda, pois queria saber escrever “tal qual se toreia em Ronda”.
Ronda teria sido, na Espanha, o local onde mais touros foram abatidos durante as “corridas de toros” (touradas).
As touradas são por datas e locais. Cada região tem a sua. Agora, esta região da Andaluzia não tem touradas, infelizmente. Sei que tem quem não goste, e respeito isso. Mas touradas é muuuuito Espanha!
As casas nas bordas de Ronda são meio que “penduradas” nos 739 metros de altura em que vivem seus 33 mil agradáveis e históricos moradores.