Por Giovani Eich*
Não sou médico, biólogo... Não vou me atrever a opinar em área que não conheço; temos especialistas com muita propriedade informando e esclarecendo o que é necessário. Eu sou técnico em contabilidade e estou empresário. Estou ciente do quadro das incertezas e da preocupação no meio em que atuo. O quadro é preocupante, ainda mais se a gente compreender que o pequeno e médio empreendedor na sua ampla maioria não dispõe de maiores recursos e normalmente não tem caixa para fazer frente às crises – poderíamos denominar algumas que já passamos e que, de longe, não se comparam a atual; cada dia parado é despesa.
Os custos fixos não “suspendem”, podem até variar, mas não mudam (aluguel, luz, água, salários, encargos e impostos). Em outras palavras: não sei por quanto tempo muitas empresas vão resistir. Eu vi mais de um empresário tenso, preocupado e aflito com tudo o que está acontecendo. Não é uma discussão da economia versus saúde, de vidas versus dinheiro. Não vou entrar neste “campo”. E vamos combinar: tem muita gente boa, preocupada em fazer um esforço em não demitir, preocupada com o social e o negócio que depende de pessoas. Muita gente boa preocupada em não perder seu emprego. O negócio, qualquer negócio, depende de gente, de pessoas! Demitir não é um privilégio; torna-se muitas vezes uma necessidade. Como manter uma estrutura se não há o que produzir ou vender? Existem negociações? Claro, dentro das possibilidades de cada um, mas a certeza de que “ali adiante” precisam ser pagas.
Respeitosamente, não sei no momento afirmar se a medida de abrir ou prorrogar o comércio é suficiente. Existe muito mais em discussão do que isto. As empresas e negócios estão preocupados em como sobreviver! Os assalariados estão inseguros em como será o dia de amanhã – vão gastar como se estivessem em consumo normal? Não! Não estamos num momento normal. É um novo momento, pois não vivemos nada parecido e os reflexos deste momento atual vão nos acompanhar algum tempo. Por isso, o momento é de comprar o que precisa, de consumo básico, primeiras necessidades. Não há dinheiro no mercado. Não havendo tranquilidade no mercado, não há consumo especialmente em alguns setores comerciais classificados como diversos não básicos. Ora: se o comércio está fechado, não vende; há risco de demitir ou ajustar seu quadro de empregados; a arrecadação diminui. Para a indústria produzir, precisa ter pedidos, demanda/consumo, e se este cenário não se realiza. Portanto, há risco de demitir ou ajustar seu quadro de empregados.
As medidas de momento não resolvem, só dão um “fôlego”. Só o tempo para definir como suficientes. Teremos um novo mundo, uma nova realidade comercial: o antes do Covid-19/Coronavírus e o depois do Covid 19/Coronavirus. Particularmente, diante do cenário atual, espero que não nos falte saúde, segurança e comida!
(*) Giovani é diretor do Klein, Eich & Kunz Escritório de Contabilidade