Por Alan Caldas (Editor)
Quem diria que aquela menininha muito tímida, que ficou apavorada quando teve que enfrentar o primeiro dia de aula, que só se comunicava em alemão e que rodou na primeira série por não falar a língua portuguesa, se transformaria em uma mulher empresária de sucesso, super comunicativa, carismática, corajosa, violonista, coralista e apreciadora da dança e do canto?
Talvez nem ela, Anelise Kasper Schmitz, apostaria nisso. Mas a empresária de hoje, com forte envolvimento social em Dois Irmãos, seja em ações filantrópicas seja em ações sociais pelo Coro Cantares e Coro dos Anjos, reconhece sua trajetória como uma retribuição da vida por todo seu empenho e dedicação às tarefas a ela designadas.
Para ajudar a família, Ane começou a trabalhar muito cedo. Tinha apenas 10 anos de idade e já passava cola nos sapatos fabricados no atelier do pai e do irmão.
Trabalhando, Anelise parou de estudar na quinta série. E só mais tarde, já adulta, é que completaria os estudos, fazendo o curso Supletivo.
Dotada de grande capacidade de trabalho e antevendo seu futuro como empresária, Anelise sempre soube que precisava melhorar seus conhecimentos. E ao longo dos anos que pouco a pouco a levariam a seu destino de mulher empresária, ela foi buscar aprimoramento profissional.
Fez vários cursos, sempre relacionados ao público e a gestão de negócios. Em breve concluirá o famoso curso do formador internacional Carnegie, que é focado em gestão e desenvolvimento de lideranças. E cada aprimoramento dela é utilizado na condução da empresa da família.
Anelise é empresária, é sócia com seu marido, Vanderlei Schmitz, nos Supermercados Irmãos Schmitz. É uma mulher incrível na condução da empresa. Está presente na linha de frente do atendimento e é, sem dúvida, a mola-mestra do relacionamento social da empresa.
Além disso, como toda mulher ela se desdobra e também cumpre com perfeição a missão de esposa, de mãe e de cidadã solidária, junto com a de empreendedora.
Vida familiar e pessoal
Nascida em uma família com fortes raízes de descendência alemã em Dois Irmãos, na localidade de São José do Herval, a pequena Ane veio ao mundo às 12h40min de um domingo. Era o dia 20 de dezembro de 1970 e Anelise nasceu no Hospital São José.
O pai, Egido Kasper, tinha 33 anos quando ela nasceu e faleceu aos 75 anos. Era agricultor e depois comerciante em um atelier de calçados. A mãe, Iolanda Helga Büttenbender Kasper, tinha 29 anos quando Anelise nasceu e faleceu no início de 2021, vítima Covid-19, completando seus 81 anos de idade no hospital. Ela era dona de casa e teve nove filhos: Tânia, Isolde, Elton, Marino, Cláudio, Ana Paula, Carlos Alberto, César Augusto, além de Ane.
Anelise não conheceu os avós paternos Idalina Kasper e João Kasper, ambos agricultores.
Os avós maternos também eram agricultores. A avó Elzira Büttenbender faleceu aos 90 anos e o avô José Büttenbender faleceu aos 80 anos.
A neta recorda com carinho do seu avô fazendo mágica com uma moeda e as boas comidas da avó. Ela diz que se fechar os olhos, ainda se recorda do incrível aroma que exalava pela casa quando a avó fazia galinhada, que ainda é o prato preferido de Anelise.
Quando Anelise tinha 6 anos de idade os pais vieram de São José do Herval para morar em Dois Irmãos. A família dela, tanto do lado paterno quanto do materno é grande. Ela tem sete tios por parte de mãe e oito pelo lado do pai. E os 15 tios lhe deram dezenas de primos e primas, com as quais Anelise cresceu.
Oriundos da fé católica, Anelise recorda que seu núcleo familiar ia todos os domingos na missa da Igreja Matriz de Dois Irmãos. Ela adorava as missas. E mesmo hoje, com tantas responsabilidades, ela continua a tradição católica de ir à missa. Vai no mínimo três vezes ao mês e diz sentir falta desse convívio religioso, quando não vai.
Outra recordação dela são os encontros familiares, especialmente no Natal e Ano Novo, quando Ane e todos seus irmãos iam para a casa dos pais. E mesmo agora, aos domingos, quando é possível, alguns sempre dão um jeito de se reunir, pois a família segue sendo unida.
Anelise foi uma garota recatada e tímida. Não era uma jovem que ia a muitos bailes ou festas. Caseira e devotada, a diversão dela era ir à missa e se reunir com a família. Além disso, para ela namorar os pais estipularam algumas condições: o pretendente deveria ser de origem alemã e não poderia morar muito longe. Em vista disso, ela apresentou à família apenas um namorado e ele se tornou seu marido: Vanderlei Schmitz, natural de Alecrim.
Anelise casou no dia 31 de dezembro de 1988. E a união lhe deu duas filhas: Greice Schmitz, que é nutricionista e mora em Florianópolis, e Eduarda Schmitz, que trabalha no escritório dos negócios da família, o Mercado Irmãos Schmitz, cuidando da contabilidade.
Sabe aquela menina tímida, que ficou apavorada ao ter que enfrentar o primeiro dia de aula? Ficou na memória. Faz parte da história desta grande mulher. Hoje Anelise adora dançar com seu marido, não escolhendo estilo de música. Como gosta de música e para realizar um sonho antigo, ela fez um ano de aula de violão, e toca o instrumento e canta há 15 anos no Coro Cantares e no Coro dos Anjos de Dois Irmãos.
O trabalho no supermercado é intenso e lhe toma praticamente todo o tempo. Mas entre seus passatempos estão a caminhada, que faz com amigas no mínimo três vezes por semana, assim como as trilhas, passear e viajar, que ela sempre arruma tempo para fazer. Também ama cozinhar. Aprendeu com a mãe e hoje adora inventar pratos novos.
Anelise sempre queria dirigir, mas tinha receio. E para quem vê essa mulher tão forte, trabalhadora e envolvida na comunidade, pode parecer estranho. Mas o sonho de ter carteira de motorista e dirigir ela só realizou aos 40 anos, quando conquistou sua tão sonhada carteira de motorista.
Estudo e trabalho
Aos 10 anos de idade Ane começou a trabalhar no atelier de seu pai e acabou largando os estudos. Mais à frente ela foi trabalhar na empresa de calçados H. Kuntzler, onde ficou por cinco anos. Depois, voltou a trabalhar no atelier do irmão Marino, onde permaneceu por mais dois anos. Nesse período ela já havia conhecido o esposo, Vanderlei, e sua vida passou a ligar-se mais a dele.
Saiu do atelier da família e, já casada e grávida, Anelise abriu um atelier de calçados junto com o marido. O negócio durou meio ano e tiveram problema com um cliente que recebeu o produto e não pagou. E embora esse tenha sido um fato triste, foi aí que o destino empresarial da Anelise se mostrou à ela. É que justo naqueles dias surgiu a oportunidade de ela, o marido e um cunhado comprarem um bar e minimercado que estava à venda em Dois Irmãos.
Eles não eram do ramo, mas algo dizia para eles que era ali que deveriam investir sua força de trabalho. Então decidiram comprar. E, para adquirir o bar, Anelise e o esposo fizeram um empréstimo bancário. Dessa forma ela saiu da área calçadista e entrou para a de alimentos. E começava ali a construir a linda história na área de supermercado que tem hoje.
O bar e lancheria exigia muito tempo, trabalho e dedicação dela. Nessa época Anelise já era mãe e não tendo onde deixar a sua pequena filha Greice ela a levava junto para o trabalho. E trabalhava muito. Passava o dia inteiro fazendo lanches e atendendo clientes. O local foi extremamente bem aceito pela comunidade e quase toda Dois Irmãos era cliente deles. Em seis meses o empreendimento se tornou um sucesso. No andar do tempo, tornou-se também um minimercado. E Anelise lembra que o espaço até era pequeno para o tanto de clientela que tinha. O serviço incluía além do balcão, uma intensa e diária entrega de lanches para diversos ateliers de calçados de Dois Irmãos.
Com o sucesso do minimercado, o bar deixou de existir e passou a ser um mercado. O mercado Irmãos Schmitz. Deu tão certo, diz Anelise, que ela e o esposo decidiram expandir. E abriram a primeira filial, na avenida João Klauck, e mais tarde abriram a segunda filial, no Vale Verde, ficando a matriz do Supermercado Irmãos Schmitz no Centro de Dois Irmãos.
Hoje são quase 35 anos de história e dedicação de Anelise, seu marido Vanderlei e seu sócio Alberi Schmitz. E, junto com eles, Anelise construiu dia a dia, ano a ano um empreendimento de sucesso. E sem jamais esquecer suas origens, Anelise segue sendo a mesma pessoa querida e atenciosa da sua adolescência. E é como uma marca registrada de atenção e simpatia no balcão do supermercado.
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ANELISE KASPER SCHMITZ
Esposa de: Vanderlei Schmitz
Mãe de: Greice Schmitz e Eduarda Schmitz
Filha de: Egidio Kasper e Iolanda Helga Büttenbender Kasper
Neta de: João Kasper e Idalina Kasper, e José Büttenbender e Elzira Büttenbender