P. Leomar Erlei Fenner / Comunidade Evangélica (IECLB)
Deus de amor, queremos entregar-te agora nossas dores e limitações. Conduze nossos passos e firma nossos pés na certeza de que possamos usar o que nos aflige como fonte de força e fé. Não podemos deixar de falar daquilo que vimos e ouvimos, assim, que possamos ver tua mão agindo em nossas vidas e aprender a perceber a riqueza do teu amor para conosco. A exemplo dos discípulos de Cristo, que estejamos sempre empenhados em agir onde somos necessários.
Amém
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Que a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos/as. Amém.
Prezados irmãos/Prezadas irmãs! Estevão era um dos sete homens que foram escolhidos para cuidar da assistência às viúvas da igreja (Atos 7. 55- 60). Estevão era alguém que se destacava dos demais na fé, na graça e na sabedoria. Ele realizava muito mais do que lhe fora confiado. Se destacou na pregação do Evangelho de Jesus Cristo. Ele Pregava a boa nova do Evangelho. Não estava preocupado em agradar as pessoas, não tinha medo de falar a verdade. O discurso de Estevão foi duro demais para aqueles judeus. Estevão sabia que a verdade devia ser dita, doa a quem doer. E, a primeira reação dos seus opositores foi gritar e tapar os ouvidos e, depois o pegaram e o lançaram fora da cidade e o apedrejaram até a morte.
Os primeiros discípulos de Cristo, impulsionados, orientados e encorajados, passam a pregar tudo o que viram e ouviram (Atos 4.20): todos os dias no pátio do templo e de casa em casa os apóstolos continuavam a ensinar e a anunciar a boa nova a respeito de Jesus, o Messias (Atos 5.42). Com este testemunho, muitas coisas belas passaram a acontecer. “Então Pedro se levantou, junto com os doze apóstolos, e em voz bem alta começou a dizer à multidão...” Atos 2.14. “E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações” Atos 2.42. Crescimento: “E cada dia o Senhor juntava ao grupo pessoas que iam sendo salvas” Atos 2.47. Jesus envia seus discípulos ao mundo para anunciar o Evangelho, para perdoar, para libertar, para curar. Se olharmos para o texto de Atos 7.55-60 reparamos novamente como havia dificuldades no testemunho dos discípulos de Cristo: “...para não serem apedrejados, eles fugiram para Listra e Derbe (...), onde anunciaram o Evangelho”. Mas Estevão não fugiu. Permaneceu em Jerusalém. E anunciou em deu discursos um resumo profundo da história do povo de Israel.
Prezados irmãos/ãs! Diante do ocorrido com Estevão, pergunto: o que pode acontecer com alguém que diz a verdade? Dizer a verdade, na atualidade, também tem as suas consequências. Mas a verdade tem que ser dita, pois a verdade liberta. Jesus disse: “conhecereis a verdade, a verdade vós libertará” Jo 8.32. Penso que temos muitas vezes medo de falar a verdade e de ensinar: a paralisia no falar, medo de testemunhar nossa fé; paralisia nos olhos, não enxergar os que perdidos nas multidões, esperam um olhar e uma palavra; paralisia nas mãos, fechadas para o participar na vida comunitária; paralisia no coração, não conseguem mais amar, perdoar, reconciliar.
Somos desafiados: pensamos a pouco em nós, nas nossas paralisias, nas nossas dificuldades. Pensemos agora naquela pessoa em nossa comunidade que está em sofrimento, seja qual for a sua limitação, sua dificuldade, tristeza. “Bem aventurada a Comunidade que acolhe com alegria as pessoas, que chora com os que choram, consola, ampara e orienta; Bem aventurada a Comunidade que age com honestidade e transparência.” E que as palavras de Jesus, as quais encontramos em Marcos 13.13 nos animem e fortaleçam em nossa missão de testemunhar o Evangelho: “...quem ficar firme até o fim será salvo.” Amém.