Por Alan Caldas (Monteso - Itália)
Fiz uma volta enorme para vir até Monte Castelo deixar aqui meu respeito e agradecimento aos bravos soldados da FEB, a Força Expedicionária Brasileira que aqui lutou contra a tirania no segundo conflito mundial.
Minha gratidão para aqueles bravos que vieram a Montese e Monte Castelo, na Itália, enfrentar se preciso a morte mas combater com determinação o fascismo na Segunda Grande Guerra.
Só conhecendo esta região montanhosa e de difícil acesso se compreende, ainda que levemente, o que deve ter sido a vida e o horror de nossos pracinhas naqueles dias de morte.
Lutaram aqui uma guerra morro acima, com pouca munição e sob fogo cerrado do inimigo no alto.
Oitenta anos depois daquele ato deles, passo hoje aqui em Monte Castelo e aqui desfraldo a Bandeira Brasileira.
É uma singela porém carinhosa homenagem àqueles bravos, que mesmo antes de nós termos nascido, nos representaram com a vida aqui em Monte Castelo na Segunda Guerra Mundial.
A memória não se apaga!
A batalha que os soldados brasileiros lutaram aqui em Monte Castelo foi cruenta.
Após quatro tentativas, a tropa brasileira conquistou Monte Castelo em 21 de fevereiro de 1945.
Nessa última, foram mais de 11 horas de combate contra as tropas nazistas.
Durante essas 11 horas de fogo cerrado numa batalha morro acima, caíram mortos aqui 103 brasileiros. E, no total, 478 soldados brasileiros foram mortos no conflito. O que nos mostra que a guerra, qualquer guerra, é sempre odiosa e bestial.
O sangue brasileiro corre pelo chão desta região, mas auxiliou a derrotar a arrogância fascista do nazismo.
Os nossos 478 soldados que tombaram aqui em Monte Castelo, lutando contra a arrogância fascista, são a expressão exata do que diz a letra do nosso Hino Nacional, quando diz assim:
Se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte!
Fico pensando nas horas de solidão, medo e coragem daqueles jovens da tropa brasileira.
Por instantes fecho os olhos e ouço a fuzilaria, escuto os gritos de dor, vejo os corpos estendidos e sem vida nas trincheiras, ouço o ruído das balas de metralhadoras e morteiros cortando os ares em busca de uma vida para matar.
Meu Deus . . . A guerra é uma bestialidade.
Que Deus tenha nossos mortos. A vida de cada um deles foi gloriosa. Não viveram em vão, pois “o penhor da igualdade” eles conseguiram conquistar com braço forte. Meus respeitos.