Centro Espírita Em Busca da Luz – Dois Irmãos
No momento que estamos vivendo, é impossível deixar de filosofar sobre a vida, este bem maior. Nos parece mais claro sua importância ao nos sentimos ameaçados, quando perdemos o “controle” das situações e vemos que uma força maior detém o poder. Estes acontecimentos não são experiências apenas nossas, humanidade do século XXI. Não. Situações difíceis, desafios, sofrimentos, transformações acompanham o homem desde sempre. Faz parte do direcionamento Divino este movimento. Somos regidos pela lei natural do progresso. Nossa liberdade está na escolha de como faremos esta caminhada evolutiva, se pelo amor ou pela dor.
Em O Livro dos Espíritos, obra basilar do Espiritismo, em sua terceira parte onde recebemos ensinamentos sobre as leis morais da vida, ao abordar a Lei do Progresso, na questão 786, Kardec pergunta aos Espíritos Superiores: Mostra-nos a História que muitos povos, depois de abalos que os revolveram profundamente, recaíram na barbaria. Onde, neste caso, o progresso? Eles respondem didaticamente: “Quando tua casa ameaça ruína, mandas demoli-la e constróis outra mais sólida e mais cômoda. Mas, enquanto esta não se apronta, há perturbação e confusão na tua morada. [...]
Usando a metáfora dos Espíritos de Luz na questão acima, não temos como limpar bem nossa casa sem tirar os objetos dos seus lugares. Assim ocorre também com as mudanças morais que devem acontecer com a humanidade. Pedagógica e amorosamente, porque Deus nos ama incondicionalmente, nos é apresentado um elemento invisível e transformador, o vírus. A COVID-19, por mais louco que possa parecer, é para o bem da humanidade. É o elemento de reflexão e transformação que os mentores do Planeta Terra estão usando para que virtudes importantes desabrochem nos corações humanos.
Ninguém sairá ileso desta pandemia. Já estão ocorrendo significativas transformações físicas e morais na humanidade. Pensemos que poderia ser muito pior. A grande maioria está em segurança nos lares, sendo atendidos por profissionais competentes e amorosos, só precisamos fazer nossa parte. É o momento do exercício da paciência, irmã da esperança, da fraternidade e da disciplina e respeito. Indispensável também a revisão de valores. Com a impossibilidade de irmos às compras, aprendemos que temos condições de viver de forma mais simples, muita coisa que buscamos é supérfluo.
Existem as dores da transformação, como as dificuldades econômicas reais e dolorosas. Mas o remédio que cura muitas vezes também maltrata, a exemplo da quimioterapia. Confiemos!