Por Alan Caldas – Editor
Paulo Vicente Bender nasceu no Hospital São José, em Dois Irmãos, no dia 29 de novembro de 1951.
Filho de Glauto Bender (entre nós chamado de “Cláudio” Bender) e de dona Alide Winter Bender, ele assim que nasceu foi levado para Boa Vista do Herval, onde os pais moravam. Ficou lá por 4 anos, até que a família veio de muda para Dois Irmãos. Seu Cláudio inicialmente era caminhoneiro e, mais tarde, em 1964, se tornaria dono de oficina elétrica de motores. A mãe, dona Alide, era dona de casa, mas era também costureira e fazia muitos vestidos para Kerb, festas e casamentos.
Vicente teve dois Irmãos: Cláudio José Bender, técnico contábil, e Mirna Bender, corretora de seguros.
Vicente estudou na Escola Comunitária Católica. Era um prédio que não existe mais e que ficava atrás da hoje Antiga Igreja Matriz, exatamente onde atualmente se ergue a Árvore do Natal. No quarto ano, Vicente foi para o Grupo Escolar, num prédio bem em frente da igreja da IECLB. Em seguida, e entrando no ginásio, seguiu nessa escola, só que em outro endereço, na avenida 25 de Julho, ao lado onde está a Biblioteca Municipal.
Quando terminou o ginásio ele foi para São Leopoldo, cursar o Técnico Contábil no Colégio São Luiz. Entrou em 1968. Formou-se em 1970.
Nesse período já trabalhava na oficina elétrica de motores do pai. A oficina foi aberta em 1964 e Vicente participou desde o início. Começou a trabalhar aos 13 anos, fazendo rebobinagem de motores. Trabalhava e, no final do dia, embarcava no Wendling e ia e voltava todas as noites para a escola em São Leopoldo.
Enquanto rapaz, Vicente se divertia jogando bola pelo clube 7 de Setembro. Era goleiro. E também jogava bolão. Tem medalhas disso. Foi um dos fundadores do grupo de bolão Os Corujas, na Atiradores. E nos anos 70 foi Rei do Bolão, num baile famoso que hoje já não existe mais.
Outra diversão era a caça de perdiz e marrecão. Ele lembra com emoção do tempo em que ia com o pai para Cacequi, Rosário e outras cidades da fronteira fazer essas caçadas. E não iam sós. Tinham um grupo que participava, entre eles Cyrillo e Gilberto Henrich, Norberto Feiten, Paulinho Stoffel e tantos outros que lhe deixam grande saudade.
Quando se formou no técnico em contabilidade Vicente recebeu uma proposta de trabalho, vinda do também dois-irmonense Geraldo Wolf, que era diretor dos Aços Plang, em Novo Hamburgo. Vicente saiu da mecânica do pai e foi trabalhar lá. Entrou na área contábil e ficou de 1970 até 1986. Ali Vicente poupou dinheiro e, dois anos depois, se matriculou na Feevale e cursou Ciências Contábeis. Graduou-se em junho de 1978.
Um ano depois, em 1979, foi dar aula no Colégio Marista Pio XII, em Novo Hamburgo, na matéria de Economia e Contábeis. Um pouco mais à frente, em 1981, quando dona Eliana Wolf era diretora do Segundo Grau, Vicente igualmente deu aula para turmas aqui de Dois Irmãos.
Em 1982, buscando o aperfeiçoamento, ele foi fazer Pós-Graduação em Ciências Contábeis. Era a primeira “Pós” nessa área que ocorria na região. E, em vista disso, em 1983 foi contratado pela Unisinos, e por 10 anos Vicente lecionou naquela universidade.
Fez tudo isso sempre trabalhando na Aços Plang.
Em 1986, Vicente deixou a Plang e veio trabalhar em Dois Irmãos, na Indústria de Calçados Travêsso. O contador da Travêsso era Flávio Stoffel, mas Vicente igualmente entrou na área de contábeis e de custos. Ficou na empresa até 1997.
Em 1998 entrou na Indústria de Calçados Henrich, empresa na qual completou em 2022 nada menos que 25 anos de trabalho “e de gratidão”, diz Vicente.
Sua vida familiar teve dois casamentos. O primeiro com dona Maria Cristina Lampert. Durou apenas 4 anos, mas nesse matrimônio Vicente teve a filha Ana Paula, que recentemente lhe deu dois netos adoráveis: a Maitê, de 7 anos, e o José Vicente, com 3 aninhos.
Após a separação, Vicente ficou solteiro por aproximadamente 5 anos. Uma noite, porém, ele foi com seu amigo Zeca Johann num Baile de Aniversário da Sociedade Santa Cecília. O Zeca foi dançar e o Vicente ficou por ali, olhando os arredores e tomando cerveja.
Então ele viu sentada numa mesa uma moça de cabelos e olhos castanhos. E a moça também viu ele. Vicente era meio tímido. Mas, de longe, fez um sinalzinho para ela, lhe oferecendo cerveja. Ela olhou e fez sinal para ele de que, se quisesse oferecer cerveja, que oferecesse na mesa dela. E ele foi.
Ela estava com a irmã e com a prima. Vicente sentou. Conversaram. E dançaram. Vicente dança bem. E assim passaram a noite dançando e conversando, até que o baile terminou. Eram 4 horas da madrugada. E, por incrível que pareça, até àquela hora nem ele sabia o nome dela nem ela o dele. Não haviam se apresentado. Mas saíram cada um para seu lado.
Vicente atravessou a rua e foi pegar seu Passat na casa do pai, na avenida 25 de julho, e quando ia atravessando a rua veio uma Brasília, que parou e o motorista disse para a moça que estava dentro:
– Olha ali o teu amigo!
Vicente foi lá. Era a moça do baile. E só então soube que se chamava Sônia Drum. E que morava em Esteio. Casaram em 22 de fevereiro de 1986 e vivem em grande felicidade até hoje.
Dona Sônia aposentou-se como professora, anos atrás. E tiveram dois filhos: Fabiano, de 34 anos, que trabalha na empresa GG10. E Bruno Vicente, de 31, que trabalha na BR Supplay.
Durante o tempo de futebol Vicente quebrou a perna. Passou, então, a jogar tênis. E junto com os amigos Ricardo Scholl e Norberto “Weiss” Scholles, fundaram o departamento de tênis do 7 de Setembro.
Seu esporte também é a caça. Perdiz e marrecão, agora no Uruguai. Se cozinha, faz perdiz e marrecão, e seu treino normalmente é nas reuniões mensais da Confraria que tem junto com os amigos Gilberto Henrich, Arthur Sbroglio, Delano Schmitz, Djair Oliveira, Pedro Gassen, Alberto ‘Cafú’ Grigorius, Antônio Sátyro e Gilberto ‘Chepa’ Schaeffer.
Dorme 6 horas por dia. É organizado. Tenta se adequar às tecnologias. E sua bebida é o vinho.
Sua vida profissional o levou a ser o atual Presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados de Dois Irmãos, Morro Reuter e Santa Maria do Herval. E é, também, Presidente do Sindicato das Indústrias de Calçado da Bahia, cuja sede é em Salvador.
É bairrista assumido. Ama Dois Irmãos. Nasceu e permaneceu aqui toda sua vida. Tem grande respeito e destaque na cidade. E seu conselho para quem quiser percorrer um bom trajeto profissional, social e comunitário, é gostar do que faz, é ter transparência e honestidade, é ter profissionalismo e, sobretudo, ter sempre respeito e gratidão aos antepassados.