Pe. Dirceu Ritter – Paróquia São Miguel
Desde o último domingo, dia 6 de outubro, em Roma, no Vaticano, está acontecendo o Sínodo da Amazônia, convocado pelo Papa Francisco.
O que é um Sínodo?
A palavra Sínodo vem do grego “Synodos” e quer dizer “reunião”. Na Igreja Católica, o sínodo é uma grande reunião entre os praticantes desta religião para debaterem um assunto afim.
Em 1965, o Papa Paulo VI criou o sínodo dos bispos. A ideia é reunir o papa e bispos para discutir temas importantes, que podem ser ou não religiosos. Antes deste tema atual da Amazônia, os temas escolhidos haviam sido jovens e famílias, por exemplo.
Por que este sínodo está falando da Amazônia?
O sínodo que está sendo realizado no Vaticano, foi convocado em outubro de 2017 pelo Papa Francisco. A ideia de fundo, segundo o Vaticano, é debater as dificuldades de a Igreja atender os povos da região, especialmente, os indígenas.
De acordo com os dados estatísticos da Igreja Católica, faltam padres, as distâncias entre as comunidades são longas e a carência de serviços públicos acaba fazendo com que a Igreja católica, junto com outras igrejas, assuma papéis de assistência social. É só lembrar o Barco Francisco que está atendendo cerca de 700 mil pessoas, nossos ribeirinhos dos rios da Amazônia brasileira.
A preocupação do Papa Francisco: “O problema essencial é como reconciliar o direito ao desenvolvimento, inclusive o social e cultural, com a tutela das características próprias dos indígenas e dos seus territórios”.
O que está sendo discutido no Sínodo da Amazônia?
O documento que orienta o Sínodo tem duras críticas ao atual modelo de desenvolvimento da Amazônia. Entre os pontos que estão sendo debatidos estão:
- A complexa situação das comunidades indígenas e ribeirinhas, em especial os povos isolados.
- A exploração internacional dos recursos naturais da Amazônia.
- A violência, o narcotráfico e a exploração sexual dos povos locais.
- O extrativismo ilegal e insustentável.
- O desmatamento, o acesso à água limpa e ameaças à biodiversidade.
- O aquecimento global e possíveis danos irreversíveis na Amazônia;
- A conivência de governos com projetos econômicos que prejudicam o meio ambiente.
Tendo claro estes pontos, rezemos pelo Sínodo da Amazônia, a fim de que a Igreja católica possa deixar sua contribuição para o futuro da Amazônia, os seus povos e para uma ecologia sustentável. Pois a fé sem obras é morta. Fiquem com Deus!