(*) Por Roberto Caldas

O preço do combustível está estratosférico e todos buscam uma saída para economizar com esse gasto. Uma alternativa pode ser encontrada na utilização do GNV. No entanto, é preciso ter grande cuidado.

Os tanques têm de ser bem instalados. Instalados por um profissional HOMOLOGADO, que tecnicamente conheça o que está fazendo. O GNV tem ótimo desempenho e economia, mas é preciso saber o que se está utilizando. Tecnicamente falando, a pressão utilizada nas bombas de abastecimento de GNV devem estar reguladas no máximo para 220 Bar (224.33 Kgf/cm2). É preciso considerar que a pressão máxima suportada pelo cilindro é de 300 Kgf/cm2.

Estou dizendo isso porque vimos poucos dias atrás uma trágica notícia da explosão de um veículo. O carro estava em um posto de abastecimento de GNV e ocorreu ali uma explosão, destruindo o carro e jogando uma frentista longe. Aquela explosão foi causada pela equivocada instalação de um cilindro de GLP (gás de cozinha) naquele veículo.

Por que aquela explosão aconteceu?

Ocorre que os cilindros de gás de cozinha são confeccionados para suportar pressão bem menor do que os cilindros para GNV.

Perceba a diferença:

– Os Cilindros de GNV têm em torno de 10mm de espessura, sem costura e sem soldas;

– Os cilindros utilizados para GLP (gás de cozinha) têm espessura de 3,0 mm e têm costura e soldas.

Nenhum instalador sério e tecnicamente homologado instalará um cilindro para gás GLP (gás de cozinha) para ser abastecido com GNV.

Antigamente, e talvez alguém que viveu nos anos 80 esteja lembrado disso, instalava-se GLP em veículos. Já não era um ato legal, mas muitos instalavam. Porém, eles eram abastecidos com Gás Liquefeito de Petróleo, o gás de cozinha, e nunca com Gás Natural Veicular, o GNV.

Se instalar, FATALMENTE isso ocasionará uma explosão. A razão técnica disso é que vai gerar uma pressão não suportada pelo cilindro de GLP (gás de cozinha) que é de no máximo 7 Kgf/cm2, enquanto o GNV é de, aproximadamente, 200 Kgf/cm2.

Por esse motivo, jamais instale em paralelo com o cilindro de GNV um botijão para GLP, sob pena de sofrer uma violenta e possível fatalidade, ocasionada pela explosão.

(*) Roberto Caldas é empresário e especialista em instalações de gás


Carro que tinha um cilindro de gás de cozinha explodiu em um posto de Sorocaba, ao se tentar abastecer esse cilindro com GNV, e ficou assim