Por Alan Caldas – Editor
Vamos vencer, sim. O frio vem sempre de acordo com o cobertor. E nós, humanos, andávamos muito sem responsabilidade.
Essa tragédia nos faz pensar em QUEM SOMOS. A desgraça nos ajuda (meio a pau) a repensar quais os VALORES que norteiam nossas vidas.
A humanidade se voltou 100% para o ter, para a vaidade, egoísmo e lucro a qualquer custo. Destruímos florestas, para ter dinheiro. Extinguimos raças, para ter dinheiro. Abandonamos cães e gatos até familiares, crianças e velhos, para podermos continuar tendo “prazer” na vida. Chutamos Deus para o beleléu. Desrespeitamos o ar, o mar, a terra, a família, os amigos.
Vivíamos numa bolha de prazer nunca antes vista. Achávamos ter direito a TUDO e obrigação a QUASE NADA.
Estava na cara que isso não ia dar em coisa boa.
Pessoas que sempre trabalharam, sempre fizeram de tudo para que os demais humanos, animais, rios, florestas e mares ficassem “em paz”, já eram vistos como bobocas.
Então veio esse vírus. Duríssimo. Matador. Infame. Mas ele quebrou nosso corincho, esfacelou a bazófia na qual vivíamos de forma histriônica e galhofeira.
Diante da Covid-19 não tem rico nem pobre. Não tem branco nem preto. Não tem novo nem velho. Não tem culto nem ignorante. A foice da morte não escolhe pescoço, nesse vírus.
É duro admitir, mas a humanidade estava muito relaxada, muito “de boa”, descuidada de valores que não fossem os valores financeiros e da vaidade humana. A nobreza do Ser havia sido substituída pela vaidade do Ter.
Porém, agora estamos de joelhos. Todos estamos.
Fingimos estar de pé. Somos uma raça que não se entrega fácil. Mas de fato estamos de joelhos. Não sei se sobreviverei, caso me contamine. Não sei se meus filhos e esposa sobreviverão, caso se contaminem. Não sei se meus colegas de trabalho e amigos viverão, se se contaminarem.
Se eu ainda assim estiver ME ACHANDO, aí tudo que se chama inteligência vai pelo ralo do esgoto humano. Porque agora é hora de nós olharmos para o outro, no que faz o outro infeliz, e tentar ajudar-nos mutuamente a atravessar essa ponte por cima do “pandemônio” que é essa pandemia.
Creio que chegou a hora de todos nós repensarmos o estilo de vida frívolo, fútil e egoísta que a humanidade levava. Se essa pandemia não nos ensinar humildade e simplicidade (que é o mais elevado grau da civilização), aí Deus pode passar a régua e mandar a conta. Porque se isso aqui não nos abaixar o grau de arrogância, vaidade e egoísmo, nada mais o fará.