Por Alan Caldas – Editor
Marco Antônio Lima é natural de Formigueiro, uma pequena cidade no interior de Santa Maria da Boca do Monte. Ainda criança mudou-se com a família para Porto Alegre. E ali, morando no bairro Partenon, dos 8 aos 13 anos trabalhou como engraxate na rodoviária da Capital gaúcha.
Precisava ajudar a família. Se orgulha de ter sido engraxate. “Foi a forma como arrumei de ajudar meus pais a manter a minha família”, diz ele, sorrindo saudoso da época em que era criança. Diariamente e por não ter dinheiro, o pequeno Marco precisava passar com sua caixinha de engraxate por baixo da catraca nos ônibus, no ir e voltar do trabalho, e muitas vezes alguns motoristas insensíveis gritavam com ele, dizendo: “Cai fora daqui, guri!”. Tudo que ganhava engraxando sapatos ele entregava ao pai, para ajudar no sustento da família. E se orgulha disso.
Chegou em 1984 em Dois Irmãos, pois a cidade era um paraíso de empregos e oportunidades de vida melhor. Em Dois Irmãos logo foi trabalhar na indústria calçadista. Entrou na Kuntzler. Tinha 16 anos. Depois trabalhou em outras fábricas, como Henrich, Dikoro e Maide. Se tornou classificador de couros. Tem muita saudade disso e agradece a todos que o ensinaram naquela época.
Homem de sensibilidade social e política, ao longo da vida Marco concorreu duas vezes a vereador em Dois Irmãos. Ficou na suplência em ambas. E em 2008 foi Secretário de Serviços Urbanos da cidade e fez ali um grande e honrado trabalho público.
A seguir trabalhou na Wendling, como cobrador. Em 2017 entrou no supermercado Asun, na área de segurança, que é chamada de fiscal de loja. Três anos atrás foi constatado nele um problema vascular grave. E por extrema recomendação médica precisou ficar em licença saúde.
O problema ainda não foi sanado e lhe causa grande transtorno e sofrimento, mas Marco é grato pela vida, pela cidade de Dois Irmãos e pelos amigos que fez aqui.
Leitor do Jornal Dois Irmãos desde 1984, ele veio hoje renovar sua assinatura semestral e cumprimentar os amigos.