Por Alan Caldas – Editor
José Agostinho Backes nasceu no Hospital Centenário, em São Leopoldo, no dia 28 de julho de 1956. Sua família era pequena: o pai, Benno Backes, que era marceneiro; a mãe, Philomena Leonida Backes, que era parteira; e mais um irmão, Paulo Raul Backes. Atualmente, Agostinho está com 67 anos de idade. E tem uma magnífica história de vida.
Estudou no Colégio Imaculada Conceição, no primário e ginásio. Em 1971, e porque aqui não tinha segundo grau, ele foi levado para morar em São Leopoldo com seu tio Arno Backes, que era padre. Lá o Agostinho cursou Técnico em Administração, no Colégio Cenecista, e “morou em cima da sacristia”, brinca ele. A seguir, entrou para a faculdade de Administração de Empresas, na Unisinos. Graduou-se em 1979.
Na época em que chegou a São Leopoldo, ele logo começou a trabalhar, pois precisava se sustentar. Tinha 16 anos quando se empregou no setor de peças da Chevrolet, em São Leopoldo. E logo foi mandado para fazer o curso de “Garantia”, em São Paulo. Foi de ônibus, pela Penha, e mesmo garoto e totalmente inexperiente, ele lembra com felicidade que conseguiu se movimentar muito bem em São Paulo. De volta a São Leopoldo, após o curso e durante vários anos seria ele que chancelaria as peças dos Chevettes que precisavam ser trocadas na garantia, daí o curso chamar-se Curso de Garantia.
Mais tarde, aquele curso também lhe proporcionaria o benefício de manter o emprego e a renda, durante o período em que, aos 18 anos, ele foi servir o Exército, ingressando no NPOR do 19º Batalhão de Infantaria.
Foi ao final do Exército que ele conheceu a esposa, dona Dalila Inês Maldaner Backes. Ela era irmã de Felipe Maldaner, um fraterno colega de Agostinho no Exército. O primeiro encontro deles foi no dia da formatura do Núcleo de Preparação dos Oficiais da Reserva, o NPOR. Dalila foi como madrinha do formando Felipe. E, ao vê-la e sem saber quem era, Agostinho pensou que fosse a namorada do amigo Felipe, pois ela era morena e o Felipe era ruivo. Ali eles foram apresentados.
Na semana seguinte, ocorreu o Baile da Espada, uma festa tradicional dos formandos do NPOR. E eles sentaram juntos, já, então, o Agostinho sabendo quem ela era. Tocaram as mãos na festa e o choque foi imediato. “Foi fulminante”, lembra Agostinho. Saíram dançando. Dançaram a noite inteira.
Agostinho é um bom bailarino. Aprendeu a dançar com dona Carmem Petry, que era uma bailarina fantástica. E naquela noite do baile, ele e Dalila não pararam. Dançavam e dançavam. Tinham se encontrado. E em cada volta do salão, eles envolviam mais e mais os corações. Saíram dali praticamente namorando. E totalmente apaixonados.
Casariam quatro anos depois, “porque o sogro era dureza”, brinca Agostinho, “e com ele e a filha dele tinha de ser tudo bem certinho”. O casamento foi na igreja de Hamburgo Velho, no dia 22 de dezembro de 1979. E da união eles tiveram dois filhos. A Bárbara, que é fonoaudióloga e lhes deu o neto Lucca. E o Benno, que para alegria do pai é engenheiro civil e que lhes deu o neto Fernando.
Dona Dalila foi professora da rede municipal em Novo Hamburgo e professora na Feevale durante toda sua vida. Hoje está aposentada.
Um pouco antes do casamento, Agostinho foi trabalhar na Caixa Econômica Federal. Entrou no ano de 1978 e ficou até 2001. Sua aposentadoria, inclusive, é pela Caixa.
Católico praticante, Agostinho é devoto fiel de Nossa Senhora. Vai todo ano a Aparecida. E é também fidelíssimo de Frei Galvão, o padroeiro da construção civil. Tem até um capitel em casa, e reza todos os dias.
Seu passatempo é ler. Tem uma biblioteca respeitável e grande, em casa. E outra atividade que lhe dá prazer é a jardinagem. Fez, também, várias viagens com a família para fora do país. Mas o que gosta, realmente, é viajar de carro com a esposa. Já foram para Argentina, Chile, Uruguai, sempre de carro, e no Brasil foram para dezenas de lugares, como Mato Grosso, Bahia e tantos outros, sempre com Agostinho dirigindo. Não pratica exercícios. Mas tem boa saúde. Aos 67 anos de idade, tem 1,65m de altura, pesa 80 quilos e calça 39. Se sente bem. Não toma medicamento. Dorme 6 horas por noite, em média. Mas religiosamente faz a “siesta”, o sono do meio-dia, se está em casa, e faz no modo clássico: de pijama e tudo!
Mas quando começa a vida do engenheiro Agostinho?
Essa história é boa. Ele já havia se formado em Administração e estava trabalhando na CEF. No ano de 1987 ele decidiu cursar Engenharia e se matriculou na Unisinos. Formou-se em 1994. Fez a faculdade da forma que dava, pois era casado e precisava trabalhar e sustentar a família.
Em 2001, já quase se aposentando na CEF, finalmente começa a surgir o engenheiro Agostinho tal qual o conhecemos. Ele precisava abrir o escritório. Mas onde? Ele tinha grande amizade com Justino Vier, nosso primeiro prefeito, e seu Justino, lembra Agostinho, “como que o adotou”.
Agostinho alugou uma sala na casa dele, onde antigamente estava a Caixa Rural, na Avenida São Miguel e que é onde o escritório está até hoje. Ali começou sua trajetória profissional nesse mundo da construção.
Na época era ele sozinho. Em seguida entrou o Sadi Sander, que hoje é arquiteto. E, então, usando toda experiência que adquirira ao longo da vida, Agostinho foi erguendo seu nome como engenheiro. Abriu uma empresa de construção, a JA Backes. E como era nativo da cidade e tinha uma família muito conhecida e respeitada, ele logo foi conquistando boa clientela.
Sua “obra primeira”, ele lembra, foi a construção da casa do seu ex-colega de colégio Luiz Fernando Kuntzler. Foi essa a primeira obra que ele fez. E, a partir dali os trabalhos foram se sucedendo.
Hoje José Agostinho Backes é um engenheiro destacado, respeitado e admirado na região. Suas obras em Dois Irmãos, Morro Reuter e Santa Maria do Herval somam-se às centenas. A empresa cresceu. Tem quase 100 empregados diretos. E, além disso, por seu escritório passaram muitos dos arquitetos que a cidade tem, como Daniela Brandt, Carolina Birk e tantos outros.
Agostinho não sabe ao certo, mas bem mais de 500 obras na região tiveram ou têm uma placa com seu número de registro profissional.
Um homem é ele e os seus arredores. E fora da atuação profissional, Agostinho é bem envolvido na vida comunitária de Dois Irmãos. Participa ativamente do grupo de Voluntários do Hospital e é da diretoria de patrimônio da APAE.
Dois Irmãos é sua cidade. Ele nasceu e cresceu aqui. E ele, como todos nós que amamos esta cidade, cuida dela como se fosse a sua própria casa.
Por todo esse envolvimento e amizades desde a infância, Agostinho não tem só amigos. Tem, também, a extrema confiança da comunidade, que tem a certeza de que tudo que ele for construir, ele construirá bem feito, com zelo, dedicação e grande respeito.