Pastor Leomar Fenner – Comunidade Evangélica (IECLB)
Atos 28.2 - “Eles nos demonstraram uma benevolência fora do comum”. “Minha oração não é apenas por estes. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste.” João 17:20-23
Jesus, conhecedor da nossa índole, a minha e a sua, e de todas as pessoas, já ora ao Pai pedindo união entre seus discípulos e todas as pessoas que viessem a fazer parte da Igreja Cristã em todo o mundo. As discípulas e os discípulos de Jesus, pertencentes a tantas denominações pelo planeta todo, são desunidos, por muitas razões. O testemunho da fé em Jesus fica comprometido por causa do preconceito, do racismo, da prepotência, da arrogância que existem nas pessoas que compõem as igrejas cristãs e nas relações entre elas. Há muitas e muitos que falam em união, em gentileza, mas que só têm isso quando estão diante das pessoas. No seu íntimo não são a favor da gentileza e da união entre todas as pessoas que se sentem cristãs.
A união deveria fazer a força – diz o provérbio bem conhecido. Na mesma proporção a desunião produz fraqueza. Igrejas unidas teriam mais condição de promover a paz e a justiça. Por isso há este movimento da Semana de Oração Pela Unidade dos Cristãos. Este movimento tem uma história antiga. Já iniciou no início do século 20, com o movimento Fé e Constituição, que mais tarde vai estar na origem da formação do Conselho Mundial de Igrejas. Este Movimento lançou um apelo para a realização de uma Semana de Oração pela Unidade dos cristãos, a ser feita nos dias que antecedem a festa de Pentecostes em 1926. Isso não se concretizou porque a tendência sempre era de “todos os cristãos voltarem a Roma”. Isso não era bem visto por ortodoxos e evangélicos. Somente após o Concílio Vaticano II (1962-65), que reconheceu valores nos então chamados “irmãos separados” e em suas Igrejas, afirmando que a fé comum em Cristo é princípio de comunhão e assumindo a proposta ecumênica que respeita a identidade religiosa do outro, é que este projeto ganha força e se concretiza.
Oficialmente a Semana de Oração Pela Unidade dos Cristãos toma forma em 1968. Naquele ano a Semana é preparada conjuntamente pelo Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos e pelo Conselho Mundial de Igrejas, representado por sua comissão de Fé e Constituição. A data pode variar: na Europa em geral a Semana se faz de 18 a 25 de janeiro. No Brasil, preferimos o período que fica entre Ascensão e Pentecostes. Neste ano será de 24 a 31 deste mês, maio. A cada ano, um país prepara a Semana de Oração pela Unidade, escolhendo o tema e elaborando indicações gerais de textos, orações, reflexões. Aqui no Brasil, o texto é recebido pelo CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil) e adaptado ao nosso jeito de celebrar.
Esta semana de oração quer incentivar a unidade e a caminhada conjunta dos cristãos. Quer motivar a superar as diferenças que existem entre as igrejas e entre as pessoas e exaltar aquilo que une e que se tem em comum, para que o testemunho de fé e vida exalte a Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Quer motivar o amor comum e o cuidado entre os cristãos e destes para com todos os povos e pessoas.