Gisele Pagano – Serra D Luz
O fechamento do comércio para proteção contra a dissipação do COVID-19 tem duas facetas, uma amarga e outra raivosa. O lado amargo nos faz se esconder de algo que não vemos, tendo que ficar em casa assistindo ao terrorismo televisivo enquanto nosso comércio se deprecia estando de portas fechadas com boletos acumulados por debaixo das portas, e o saldo bancário chegando a níveis quase irrecuperáveis. Já a parte raivosa é aquela vontade de fazer algo em vários sentidos, ajudando e se solidarizando com a situação, mas estando com o nosso meio de sustento fechado. Acaba que a parte do pensamento do comerciante que estaria voltado a fazer algo se bloqueia porque entra em um mundo de hipóteses para superar a crise que se instalou no sistema.
A verdade é que em nenhuma parte do mundo o sistema estava preparado para esta situação, mas se fizermos uma analogia simples da questão, é como se fossemos soldados em uma batalha, entrincheirados e esperando o inimigo ir embora, mas ele não vai, e nossos corpos e mentes aos poucos irão enfraquecendo, porque nossos recursos também se esgotarão. E, quando decidirmos sair desta trincheira que se chama medo (alguns chamam de prevenção), estaremos fracos e sem recursos. Bater de frente com um problema significa se arriscar, significa que alguns vão cair e podem até morrer, mas também significa que ficamos mais fortes, que ficamos juntos, que lutamos todos por um momento melhor porque aprendemos através de erros e acertos a superar os desafios.
Não podemos e nem devemos culpar ninguém, mas não podemos ficar de braços cruzados “esperando passar”. Façam-se as mudanças necessárias para se lidar com isso, até acharmos o tratamento adequado ou até mesmo a cura. Mas, NÃO PODEMOS PARAR. COMÉRCIO ABERTO JÁ!!!