Por Giordanna Benkenstein Vallejos
Open Banking em uma tradução livre significa “Banco aberto”, e é um modelo de serviço que vai permitir com que as pessoas possam compartilhar seus dados bancários e pessoais de forma segura e mediante autorização. Mas por que compartilhar essas informações é algo positivo? Bem, com os dados de todos os bancos de forma aberta, existe uma maior comparação de preços que tendem a cair e beneficiar o consumidor. Além disso, poderão ser criados produtos bancários mais personalizados de acordo com as necessidades do cliente.
Na atualidade, os dados ficam armazenados apenas em cada banco e criar um relacionamento com uma instituição pode demorar anos. Com isso, as pessoas têm uma maior dificuldade de migrar para outros bancos e fazer comparações de preços e taxas. O Open Banking vai facilitar a mudança de banco, já que os dados ficarão salvos, e tornar os preços mais competitivos, impactando positivamente no bolso do consumidor. Por exemplo, uma pessoa poderia ir até um banco que não tem conta pedir um empréstimo usando o seu histórico existente no Open Banking para conseguir uma melhor taxa de juros ou achar facilmente um banco com uma tarifa mais baixa.
A expectativa é que o Open Banking seja mais impactante para os brasileiros do que foi o Pix, sistema de pagamentos instantâneos implantado em 2020. Países como Austrália, Alemanha e Inglaterra já possuem um sistema de Open Banking semelhante.
A implantação ocorre em quatro fases:
– Primeira fase (1º de fevereiro): Os bancos divulgam informações sobre os seus produtos e serviços e os dados ficam disponíveis publicamente.
– Segunda fase (13 de agosto): Poderão ser compartilhados dados de clientes entre as instituições participantes com a autorização dos mesmos.
– Terceira fase (30 de agosto): Nessa etapa surgirão serviços que possibilitem fazer uma transferência fora do aplicativo bancário.
– Quarta fase (15 dezembro): Compartilhamento dos demais dados de produtos e serviços bancários. As informações financeiras que envolvam câmbio, investimentos, seguros e contas-salário entrarão no Open Banking a partir de 31 de maio de 2022.
PARA SABER MAIS
Em entrevista ao Jornal Dois Irmãos, a coordenadora de produtos no Sicoob MaxiCrédito Juliana Carla Guarnieri explica sobre o Open Banking:
Quais os benefícios do Open Banking para os bancos e para os clientes?
Juliana – O Open Banking é um novo modelo financeiro que coloca o cliente no controle de seus próprios dados, permitindo que ele escolha quando e com quem compartilhar suas informações. Isso aumenta a chance de a pessoa receber propostas mais vantajosas e personalizadas para si. Para as Instituições Financeiras, o modelo gerará mais competição, e facilitará a realização de negócios para quem ofertar boa experiência, bons produtos e taxas atrativas para cativar e manter as pessoas conectadas.
Quais as principais mudanças que o consumidor vai perceber quando todas as etapas do Open Banking forem concluídas?
Juliana – Após todas as funcionalidades estarem liberadas, o associado poderá se beneficiar com a opção de comparação de diversos produtos e serviços entre as Instituições Financeiras. Segue alguns exemplos: a) Contas (correntes, poupança e pré-pagas); b) Empréstimos; c) Financiamento; d) Antecipação de recebíveis; e) Cartões de crédito; f) Pix. g) Boletos.
O Open Banking é seguro?
Juliana – Segurança é coisa séria. O Open Banking está totalmente nas mãos do dono da informação. É o cooperado quem escolhe quando e com quem compartilhar seus dados, e este compartilhamento é realizado através de APIs. Mas não se preocupe, API é um conceito fácil de entender, veja: Imagine que cada instituição financeira é uma pessoa falando um idioma. Elas não se conversam e não se entendem. Para que o compartilhamento de dados seja possível, elas precisariam se comunicar na mesma língua, e é aqui que entra a API. Nesse caso, a API é o idioma comum a todas as instituições financeiras. O sistema é seguro e funciona com normas e padrões de segurança comuns ao mercado financeiro, é regulamentado e supervisionado pelo Banco Central do Brasil. Além disso, as regras da LGPD (Lei Geral de Proteção aos Dados) também se aplicam ao Open Banking.