Guilherme Bianchini Minosso* / Comunidade Católica
Vivemos em uma época de instabilidade, mas diante disso não podemos desviar o nosso olhar da nossa verdadeira Esperança. A verdadeira esperança é uma virtude pela qual confiamos firmemente que podemos, sim, alcançar a vida eterna e todos os meios necessários para isso, apoiados no auxílio onipotente de Deus. É, portanto, o auxílio certo de Deus o objeto da nossa certeza, da nossa alegre esperança na salvação que Ele nos oferece. Podemos sempre estar seguros de que nós, que permanecemos no mundo e por ele somos odiados, receberemos do Senhor toda a ajuda que nos for necessária na nossa luta espiritual; na batalha contra o Maligno, a carne e o pecado; nos momentos de provação, angústia e tentação. Não há motivo para desânimo nem desesperança, pois Aquele que nunca falha nem falta com as suas promessas nos garantiu o seu auxílio poderosíssimo, por meio tanto das contrariedades, que nos provam no amor, como na pregação da palavra, que nos ilumina com as verdades eternas.
A esperança cristã é o motor que move verdadeiramente o coração do homem. E embora a confiança em Deus apareça com frequência, aos olhos do mundo, como coisa própria de alienados ou de pessoas fora da realidade, a verdade é que “já nesta vida - e não só na outra - se darão conta de serem filhos de Deus e que, desde o início e para sempre, Deus está totalmente solidário com eles.” A filiação divina é o fundamento da vida cristã. Os cristãos trabalham mesmo sem perspectiva humana de sucesso porque sabem que são filhos de Deus e que, por isso, nenhum mal lhes perturbará. E é assim que, na Santa Missa, o sacerdote pode suplicar em nome de toda a comunidade para que Deus não olhe o seu pecado, “mas a fé que anima vossa Igreja”. Sendo ela o próprio Corpo de Cristo, a continuação histórica do mistério da encarnação neste mundo, faz-se fácil entender aquelas palavras de Bento XVI no início de seu pontificado: "Quem crê, nunca está sozinho nem na vida nem na morte". Ao lado da Igreja militante está a Igreja triunfante no céu que, com suas preces e intercessões, auxilia os peregrinos desta época no combate à carne, ao mundo e ao diabo.
O mal nunca descansa. Mas como conforto, a Igreja tem como seu aliado Aquele a qual todas as coisas estão submetidas no Céu e na Terra. Deus proverá. Que o Espírito Consolador, cuja vinda suplicamos ardentemente, desça logo às nossas almas e fortaleça nelas a virtude da esperança, a fim de nos podermos abandonar como filhos confiantes aos socorros do nosso Pai que está nos céus.
* Seminarista da Diocese de Novo Hamburgo