Por Alan Caldas (De Roma)
Toda cidade tem uma lenda sobre sua criação. Roma é exagerada, tem quatro.
A primeira lenda diz que Rômulo e Remo, filhos do deus Marte e da mortal Reia Sílvia foram amamentados e cuidados por uma loba desde bebês até crescerem. Rômulo teria fundado Roma no ano 753 a.C..
A segunda lenda é que Roma surgiu da pequena cidade-estado chamada Lácio, à margem do Rio Tibre que hoje banha Roma.
A terceira lenda diz que foi fundada por dona Roma, uma integrante do grupo do príncipe troiano Enéas e que sobreviveu a Guerra de Troia.
A quarta e última lenda, afirma que Roma se originou da cidade etrusca chamada Rumon. Essa é a hipótese mais provável.
Mitos a parte, o fato é que Roma é encantadora e desenvolvida nos aspectos social, cultural e econômico. Praticamente tudo nela é magnífico.
Algo porém se destaca. É a elegância. Salta os olhos. Não havia visto tanta gente elegante junta, e se escrevo é porque me impressionou.
Homens, mulheres, adultos, idosos, jovens, adolescentes e até crianças. A quantidade de pessoas se movimentando elegantemente e sem afetação é impressionante em Roma. Foge da média.
Para mim e em função do que observei pelo mundo, Moscou era o lugar das pessoas mais naturalmente elegantes. Mas nada se compara às ruas de Roma.
Aqui é elegantemente incrível. Imenso número de pessoas se vestem e comportam com elegância.
Não com arrogância.
Não com afetação.
Não com a falsa e cara elegância de vitrines milionárias.
Elegância, mesmo. Real. Estilo próprio, refinado e simples de Ser.
Se vestem e movimentam com garbo gentil. Sem grifes, sem modinha, com a delicadeza fina que traz à luz a agradável elegância natural do Ser.
Nas ruas, restaurantes, bares, parques, fontes... muitos têm esse “que” de elegância não arrogante, algo natural, que vem de dentro.
Não sei qual mito Fundador de Roma é o correto. Se Rômulo e Remo, se o Lácio, se dona Roma ou se os etruscos.
Seja qual for, é certo que o fundador daqui tinha refinamento.
Pereira não dá maçã. E elegância não vem do bolso. Vem do berço. Ou não se tem. E Roma tem de sobra. Certamente teve berço.