(*) Por Liliane de Almeida
Para a maioria de nós, a pandemia do novo coronavírus, assim como a mudança repentina de rotina provocada por ela, é uma situação completamente nova, sem precedentes. Nenhum evento recente nos afetou tão profundamente.
Além da insegurança com relação à saúde, há muita incerteza com relação à economia e ao futuro de forma geral que nos deixa angustiados:
– Será que continua no ano que vem?
– Teremos vacina? Quando?
– Eu vou sobreviver?
– Quanto tempo isso vai durar?
– E o nosso trabalho? Nossa renda?
Com certeza você conhece alguém que perdeu o emprego nesse ano devido ao impacto de Covid-19. Isso acontece porque cerca de 300 mil empresas fecharam as portas neste ano, devido a pandemia de Covid-19 (dados do IBGE).
O levantamento mostra que o novo coronavírus afetou especialmente o comércio (39,4%) e serviços (37%), principalmente no caso das pequenas empresas. Nas empresas que permanecem abertas, muitas têm enfrentado dificuldades e, por isso, diminuíram seu quadro funcional, aumentando assim a taxa de desemprego.
Por conta disso, o Brasil tem registrado um número recorde de novos empreendedores. Isso porque as pessoas desempregadas buscam uma nova forma de fazer dinheiro e gerar receita para sustentar a família ou estão buscando se formalizar.
A maioria é prestador de serviço, como pedreiros, instaladores, pintores, soldadores, manicures, cabeleireiras, advogados, entre outros.
A quantidade de microempreendedores individuais (MEIs) no País cresceu 14,8%, quando comparado com o mesmo período do ano anterior, demonstrando que as pessoas resolveram se reinventar, arriscar e empreender naquilo que melhor sabem fazer.
O Microempreendedor Individual (MEI) tem direito a diversos auxílios do INSS, entre eles, o auxílio-doença, a aposentadoria por idade o salário-maternidade.
Diferente de funcionários contratados, que pagam 11% de seu salário mensalmente à previdência, o MEI paga apenas 5% de um salário mínimo, o que equivale a menos de R$ 55 por mês.
Além disso, a forma de adquirir produtos e serviços, bem como de se relacionar e adquirir conhecimento, voltou-se totalmente para a internet. Mesmo quem tinha dificuldades de utilizar esse recurso tecnológico viu-se quase obrigado a aprender.
Esse salto na utilização da tecnologia foi um grande aliado dos empreendedores neste momento de pandemia, já que as vendas realizadas por pequenas e microempresas têm sido feitas majoritariamente pelo ambiente digital, como marketplaces, redes sociais, canais de comunicação e demais plataformas de comércio on-line.
Como isso afeta a nossa vida?
Eu vejo os impactos de forma positiva. Temos uma grande quantidade de pessoas se formalizando e podendo, assim, oferecer seus produtos ou serviços inclusive para empresas maiores. Com isso, as empresas têm a oportunidade de contratar esses novos microempreendedores na modalidade de terceiro, o que diminui os custos de contratação. Nesse caso, ambos ganham.
Apesar dos impactos negativos na economia por causa do avanço da Covid-19, a formalização como Microempreendedor Individual é uma alternativa para geração de renda durante a crise, principalmente para aquelas pessoas que buscam driblar a falta de emprego e sair da economia paralela.
Eu vejo esse momento como uma grande oportunidade tanto para quem sempre sonhou em ter seu próprio negócio quanto para quem precisa achar uma forma de gerar mais renda.
O Mei é só o começo de um pequeno negócio, que ainda pode crescer muito. É muito importante que quem se interessa em abrir seu negócio próprio se informe e obtenha um conhecimento básico sobre administração financeira para começar corretamente.
A abertura do CNPJ do MEI pode ser feita online, sem nenhum custo e em algumas horas. Já o processo de baixa é de aproximadamente três dias. Todo processo é realizado no Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br).
(*) Liliane de Almeida - Me. Engenharia de Produção - Consultora da ALM Consultoria