Por Alan Caldas (Sorrento – Itália)
O nome Sorrento vem do grego Surreo. E o local é surreal, mesmo, tipo sonho.
Já no Império Romano esta era a área de lazer dos influentes da época.
Por exemplo: a Baia di Puolo, onde estamos hospedados, era onde a rainha Giovanna vinha se banhar completamente nua.
Sorrento sempre foi linda. Mas invariavelmente a barbárie ataca o belo. E próspera que era, Sorrento precisou lidar com a brutalidade da pirataria.
O absurdo dos absurdos foram os sarracenos. Em 1.558 eles a conquistaram, a incendiaram e foram embora.
E aí você pergunta: isso era gente ou um bando de loucos?
E o ódio ao belo não para. Em 1648 Sorrento precisou resistir por 14 meses a um feroz cerco na guerra contra a Espanha.
Quem vive a beleza e segurança de hoje, precisa conhecer o passado para não repetir.
Mesmo linda, foi só no século XIX que Sorrento começou a usufruir da sua geografia e se tornar um destino civilizado do Grand Tour.
Agora seus cidadãos aproveitam a renda do turismo que movimenta quase 100% da economia na região Sorrentina.
As praias “aqui embaixo” são o mais incrível. Nem dá vontade de sair. A água é tão cristalina que se enxerga o fundo lá embaixo a 3 ou 4 metros.
É incrível! Mas é preciso ir conhecer a cidade, “lá em cima”.
Tudo conflui para a Praça Tasso, com a estátua de Sant’Antonino, seu protetor, e a de Torquato Tasso, seu poeta.
Essa Praça foi construída sobre uma enseada que descia das colinas de Sorrento e ia em direção ao mar.
Com tal engenharia, o cenário fica assim: é a cidade “lá em cima” e o mar “lá embaixo”.
Para ir até ao mar se desce de elevador, pagando 1 euro.
A Praça é o local perfeito para apreciar as piscinas no mar “lá embaixo”. E para se ver e ouvir turistas do mundo inteiro num ir e vir internacionalíssimo e sem fim.
Da praça se vai ao calçadão Corso Itália, e dali às ruelas do centro histórico, com lojas, bares e restaurantes, onde o preço da pizza ou massa é de 12 a 15 euros.
Enfim, há muito na cidade. Mas atração é o paredão no qual ela está construída. E nele é inevitável aquela selfie decorada pelo Golfo de Nápoles e com o Vesúvio “por enquanto” silencioso lá no fundão.