Alan Caldas – Editor
A sensação que tenho, sinceramente, é que neste momento a sociedade que produz o emprego, que produz a renda, que produz o consumo, que produz os impostos que permitem a existência das instituições públicas, está sendo completamente abandonada pelos que deveriam liderar esse momento. Agora é hora para um estadista, não para um gerente da coisa pública. Mas o que sinto vindo das ruas é um completo desamparo dos empresários, do micro ao grande, por parte do Poder Público.
Se eu estivesse na política, neste momento tentaria me erguer como um Líder. Usaria o instrumento jurídico Conflito de Federação, que esse caso permite, e faria aqui em Dois Irmãos o NOSSO Decreto de Calamidade. Peitaria o governador, e solicitaria juridicamente ao Supremo Tribunal Federal que decida sobre se Federação existe ou não, já que, pela Lei, cada Ente Federativo tem direito de ter o SEU decreto, de acordo com as características social e econômica do Ente. O próprio ministro Gilmar Mendes disse isso, dias atrás, quando o presidente Bolsonaro queria uma coisa e os governadores outra.
Mas isso sou eu. Vejo que nossos políticos pensam diferente. Pensam com medo, e o medo paralisa a alma. Nesta hora, devemos pensar como Napoleão Bonaparte. Não permitir que o temor nos flagele a alma. Porque se esse decreto, quando chegar o frio, tiver de se alongar por mais um mês, dois ou três, quando voltarmos não haverá mais economia local.
É muito grave, reconheço, e perigoso, mas teríamos de ouvir a população como um todo e decidir pela maioria. Os instrumentos tecnológicos permitem isso, hoje, através de algoritmos. Chamo o Leonardo, da Renovare, e ele e sua equipe em 2 dias conseguem isso para que 100% da população adulta dê sua opinião em questão de horas.
Ouvir a população. Foi para isso que se criou o Estado, juridicamente falando, para ouvir e acatar a maioria. Se a maioria desejar correr risco, quem é o Poder para dizer que ela não pode corrê-lo?
O Poder não é o Curador da população, ele é seu constituído. E, a meu ver, a criatura não pode querer se sobrepor à vontade do criador. Sob o ponto de vista social, essa verdade é imbatível, porque a população que empreende não quer ser curatelada, porque só se curatela incapazes e até onde sei quem tem empresa, micro, pequena, média ou grande, pode ser tudo, menos incapaz.
Se eu fosse político e estivesse no Poder, eu faria isso. Porque isso é a razão de Ser de qualquer grande político: ouvir a população e segui-la, mesmo que isso doa muito.