Pa. Cláudia P. S. Pacheco / Comunidade Evangélica – IECLB
Estudando os profetas no Antigo Testamento com os adolescentes do Ensino Confirmatório, chegamos a importantes conclusões. Os profetas eram os porta-vozes de Deus, denunciavam as injustiças, anunciavam Sua vontade e conclamavam o povo à esperança pela fé. A palavra profética tinha força transformadora, mudava mentes, encorajava e confortava em meio às adversidades, apontando caminhos. Após a vinda de Jesus Cristo, essa tarefa deixou de ser exclusiva de indivíduos e passou a ser assumida pela comunidade. A ordem de Jesus no Batismo é “Ide, portanto, a todos as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.19). Guardar os sinais do Reino, vivenciar a Palavra em diversas situações é perceber-se uma pessoa batizada e chamada por Deus a cuidar e a defender a vida.
No domingo que passou, ouvimos que a profecia de Isaías, profecia de esperança que recorre à natureza para dizer o que Deus pode fazer por meio da sua Palavra. Como a neve, nas montanhas do Líbano, se derretia no alto e feito água vertia para o rio Jordão e seus afluentes, promovendo a irrigação e geminação do solo, o florescimento – uma época que enchia os olhos de esperança. Assim é a Palavra de Deus, como a neve que derrete, desce do alto e molha a vida, mesmo seca, faz germinar e brotar vida e alimento: porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra e a fecundem e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca (Is 55.10-11).
Quando a Palavra toca a vida das pessoas tem o poder de conscientizar, de agraciar e modificar o que está à frente, tem o poder de transformar realidades porque ela mexe com as pessoas, de modo que as encorajam e as impulsionam para cuidar, refazer, recriar reconstruir. Também estamos diante de uma situação de destruição da vida, da saúde das pessoas, do nosso modo de vida, dos nossos meios de vida. Por outro lado, tocados pela Palavra do Senhor podemos ver, diante desta crise, também a possibilidade de reconstruir valores, de modificar nosso modo de vida e de reinventar nossos meios de vida, nosso sustento. Em toda situação colocada, a Palavra do Senhor não nos deixa acomodar, mas nos impulsiona a resistir em favor da vida. Que a Palavra do Senhor, compartilhada de tantas formas e por tantas pessoas germine e floresça também em gestos criativos de ternura, de cuidado e amor nestes tempos tão difíceis. Bondoso Criador, graças te damos pela tua Palavra que fecunda nossa vida com sinais de esperança. Amém.