Centro Espírita Em Busca da Luz – Dois Irmãos
A Organização Mundial da Saúde define o homem como um ser bio/psico/social. Desta forma nos diz que todos estes segmentos devem ser devidamente cuidados e desenvolvidos, para que a pessoa sinta e viva saudavelmente. Porém, sabemos que não é só isto, tem o elemento espiritual que tem significativa importância para a vivência do equilíbrio e da paz que cada um de nós deseja.
Segundo algumas pesquisas científicas, a dimensão espiritual é de extrema relevância para a saúde do ser humano. E, não nos referimos a fé religiosa, mas a espiritualidade que é parte integrante da personalidade, conexão com o divino com o qual se identifique. A espiritualidade não tem necessariamente relação com a religião. Espiritualidade é a relação do indivíduo com o seu mundo interior, com o outro, e com Deus. É a forma como nos relacionamos com a sociedade onde vivemos, cientes que esta relação será conforme nossos valores internos. Ninguém dá o que não tem em essência.
A Universidade de Harvard, dos Estados Unidos da América, fez um estudo sobre religiosidade, acompanhando um grupo de pessoas durante 14 anos. A pesquisa tinha como foco a relação religiosidade e suicídio. Os estudos mostraram que as pessoas que frequentavam algum núcleo religioso, ao menos uma vez por semana, todos os fatores de doença mental eram menores, e, em consequência muito menor o número de suicídios entre estas pessoas. Registraram, então, que religiosidade é um fator protetor importante, na prevenção do suicídio.
Assim, vemos a importância de dar e receber afeto, de acolher e ser acolhido. Somos seres gregários, precisamos uns dos outros. Quando alguém vai ao encontro de um ser necessitado e faz um acolhimento amoroso, da forma que puder no momento, sente felicidade. Pode ser um abraço, uma palavra de consolo, um ouvido amigo ou apenas uma companhia silenciosa. Agindo assim está fazendo uma conexão com seu Ser Divino e naturalmente sente plenitude, a felicidade de servir.
Cada linha de pensamento tem sua própria forma de entender e viver a religiosidade. Nós espíritas professamos a fé racional, pautada na ciência e na lógica, sem dogmas, sem ritos. Sabemos que a conexão com o divino acontece na vivência e respeito às leis de Deus. Esta relação e vivência é eu/comigo, eu com o outro, entenda-se sociedade e eu com Deus. Simples assim, mas, grande desafio.
Por isto, afirmamos que a pessoa que possui alguma vinculação à religiosidade não vai fugir às responsabilidades da vida pelas portas do suicídio. Vai lembrar do ser amado que quer sua companhia e deseja seu bem. Vai procurar dar sentido à sua vida “guardando sua dor no bolso e indo ao encontro ajudar aquele que sofre mais”, como diz Clarice Lispector. Ao concluir sua tarefa, verá que a vida tem sentido, que o sofrimento não está doendo tanto. Por que será? Resposta simples, porque o exercício do amor é o melhor remédio para as almas sofridas. Só servindo a vida tem sentido.