Por Alan Caldas – Editor (De Madri, Espanha)
Ontem, dia 1° de junho, os Rolling Stones, a mais famosa banda de rock do mundo, completou 60 anos.
Me dei conta que são de Gêmeos, os Rolling Stones. É claro. Só podia. De qual outro signo poderiam ser? Só Gêmeos, por certo. Um pouco isso. Um pouco aquilo. E sucesso absoluto por onde passam.
E olha que passam. Porque 60 anos na estrada, deve restar poucos lugares importantes do planeta em que eles não tenham subido ao palco para eletrizar “em tese” pessoas da minha idade, 60 e picos, mas também jovens, idosos e até crianças que os pais levam no colo e com protetor de ouvido.
Para apagar as 60 velinhas, os “velhinhos do rock”, como Mick Jagger mesmo os chamou, escolheram Madri, aqui na Espanha. O estádio do Atlético de Madrid, que por sinal é lindo, foi onde armou-se o palco, com telões imensos e muito, muito som.
Teve até ‘Happy Birthday to You’, o Parabéns a você, entoado em coro por mais de 40 mil pessoas confortavelmente sentadas em bancos numerados.
Muita cerveja passando por rapazes e moças que traziam às costas uma espécie de mochila térmica, copos e maquininha de cartão de crédito que aqui chamam se “tarjeta”, é claro.
Organização impecável. Zero problema.
Ahh, sim: só um pequeno porém incomodativo grupinho de argentinos que, para lá de “borrachos”, insistiam em ficar em pé, desfraldando a bandeira Argentina e atrapalhando os detrás. Mas logo dois dos “atrapalhados” pediram gentilmente para eles sentar direito e como eles insistiam em senta-levanta, senta-levanta, logo a turma da segurança deu uma “enxaguada” duríssima neles e a turma sossegou o facho.
Então começa o show.
Keith Richards risca as cordas da guitarra, logo acompanhado por Ron Wood.
As luzes vão a zero.
O som sobe numa batida de bateria que homenageia o recém falecido Charlie Watts, o eterno baterista dos Rolling Stones.
Para tudo novamente. Silêncio total por dois segundos. Canhões de luz riscam o estádio. Entra uma luz multicolorida e, em ato contínuo, Mick Jagger entra cantando e pulando como o mesmo guri fazia exatos 60 anos atrás quando a banda iniciou na Inglaterra.
O público delira!
Aplaude. Pula. Grita. Chora. Dança.
É uma catarse. Mais de 40 mil pessoas em absoluta catarse musical. E segue assim por quase duas horas, com Jagger cantando e ele e os outros correndo de ponta a ponta do imenso palco. Oitenta anos e correm feito guris.
Quando já não havia quase mais o que tocar, apagam-se as luzes, e quando ela volta a única cor é o vermelho-sangue.
Então entra Jagger rodopiando e se movendo como uma cobra, e a toda potência é tocada então e cantada por 40 mil pessoas a música ‘Sympathy For The Devil’, uma das mais tocadas no planeta e que fez a banda famosa mundialmente.
E com ela a banda encerra o primeiro show da turnê SIXTY, que comemora os 60 anos dos Rolling Stones.
Você está acostumado a ver um homem de 80 anos com barriga enorme, ombros caídos sobre ela e esperando o médico na fila do SUS com maior cara de doente. Ou pré-morto, aguardando o carro da funerária. Com esse trio é outra conversa. O Ron pintou o cabelo. Tá, ficou estranho... Kkk... mas cada qual sabe de si. O Keith Richards parou de fumar. Que desrespeito!!! E o Jagger segue fazendo filhos no elevador. Os 3 são anti-protótipo da sociedade que temos. São do tipo: Morra, mas caia em pé... há há há...
Curioso, não é? A vida se vive para muitas coisas. Mas, cá para nós, ter a chance, a rara chance de ver UMA COISAS DESSAS é sem dúvida um privilégio, um grande privilégio. E eu e a Angela estávamos lá. E foi por acaso, pois nem sabíamos que os Rolling Stones estariam aqui. Estou besta. Completamente embasbacado. Jamais achei que iria ver esses caras geniais tão de perto. E agora eu vi.
Grazie Dio. Grazie mile signore.