Por Alan Caldas – Editor (Da Espanha)
Nos últimos anos surgiu na Espanha um novo fenômeno social: a ‘inqui-ocupação’. São inquilinos que deixam de pagar o aluguel. Não invadiram. Alugaram. Mas não pagam. E ninguém consegue tirá-los.
Os políticos tentam proteger os “vulneráveis” e, por isso, o proprietário fica sem receber o aluguel algumas vezes até por anos. O debate em torno da “ocupação” está muito presente na agenda política espanhola. E os números crescem.
Na última década, o número de “posseiros” de casas em toda a Espanha se multiplicou por cinco, passando de 3.849 eventos conhecidos em 2011 para 17.274 em 2021.
Este ano, a média situa-se em 47 habitações “ocupadas” por dia. Não é entrar no que não é seu. É alugar e não pagar, e também não sair.
A forma de enfrentar o problema da “ocupação” parte de mudar o Código Penal. Falam aqui em criminalizar esse tipo de dívida. Mas isso não é simples, nem viável.
Outra saída seria aumentar as moradias (de proteção oficial aos vulneráveis) para oferecer uma solução aos dois grupos. Aos que precisam de casa e aos que contam com o aluguel.
Entre as províncias com mais casas “ocupadas” está Barcelona, que lidera o ranking, com 5.483 imóveis ocupados.
Em segundo vem Madrid, com 1.660.
Na terceira posição está Girona, com 976.
Na quarta posição fica Valência, com 960.
A partir daí surge Sevilha (777) e Tarragona (643).
Fecham o “top 10” Murcia com 628, Alicante, com 595, Ilhas Baleares (509), Toledo (485) e Málaga (429).
Aparecem, também, porém com menos números de ocupação, Segóvia (1), Teruel (4), Lugo (15), Ourense (17) e Zamora (20).
Os “posseiros” encontram proteção política em partidos que usam a questão da habitação e não dão solução porque isso lhes dá votos.
E, assim, o problema se arrasta e proprietários têm pouca ou nenhuma possibilidade de despejar os posseiros e recuperar o imóvel.