Alan Caldas – Editor

Este ano Dois Irmãos tem muitos candidatos a vereador que poderiam prestar um serviço à comunidade, assim como os que estão lá igualmente já prestam. Mas não é sobre bom ou mau serviço que trata este artigo. Trata-se de eleger-se ou não se eleger.
Um dia o ministro Eliseu Padilha disse aqui no Jornal Dois Irmãos que “política não é para quem quer, política é para quem sabe”. E ele tem 100% de razão.
Não quero alongar o texto, porque a internet, Facebook e Twitter reduziram a capacidade de leitura e a cognição humana. Vou direto ao assunto. É o seguinte: só se elege quem pede voto. Posso provar isso com centenas de candidatos cuja história acompanhei.
Tenho muitas pessoas amigas e de caráter excelente que me pedem opinião de “como fazer para se eleger”. E a resposta é uma só: 
– Peça voto! Peça voto! E peça voto!
Só se elege quem pede voto. E voto para vereador tem de ser pedido DIRETAMENTE ao eleitor. Também não basta pedir uma vez. Tem de pedir várias vezes. Tem de visitar a casa, passar no serviço, atravessar a rua para cumprimentar, e sempre, sempre, sempre pedindo o voto.
A lógica é matemática. Temos a princípio 68 candidatos a vereador. E todos passarão na maioria dos eleitores que puderem passar. Vão visitar. Vão pedir voto. Vão lembrar a amizade que têm. Vão recordar o negócio que fizeram, a viagem que fizeram, a pescaria que fizeram, a missa ou culto que assistiram, a vez que ajudaram a trocar pneu, vão falar dos familiares mortos, dos filhos que cresceram, dos amigos que partiram, dos Kerb que beberam, vão procurar o eleitor e lembrar tudo de tudo que possa vincular o eleitor a uma história tão próxima de si que obrigue moralmente o eleitor a votar nele. Todos os candidatos farão isso. E, ao final, se elegerá aquele que MAIS FIZER ISSO.
Só se elege quem pede voto. Cubro política jornalisticamente há 40 anos, e passando por dezenas de eleições NUNCA VI um vereador se eleger sem pedir voto direto ao eleitor, olho no olho, cara a cara, muitas e muitas vezes. Tem de gastar a sola do sapato, se quer o cargo.
Fica a dica. Quer se eleger? Peça voto! Muitas vezes. E de novo. E mais uma vez. E outra. Sem descanso. Só se elege quem pede voto.