Pa. Cláudia P. S. Pacheco / Comunidade Evangélica – IECLB
“Se o seu irmão pecar contra você, vá e mostre-lhe o seu erro.
Mas faça isso em particular, só entre vocês dois.
Se essa pessoa ouvir o seu conselho, então você ganhou de volta o seu irmão”.
Mateus 18.15
Precisamos dar uma chance ao tempo para operar em nós necessárias mudanças. Mudanças são necessárias porque nos fazem amadurecer e responder a novos desafios. Precisamos dar chances às pessoas, escutá-las para poder compreendê-las antes de julgá-las. E isso leva tempo! Numa escuta sincera, aberta e livre de preconceitos, nós passamos a ver e a entender coisas que antes, talvez, não enxergávamos e entendíamos. O diálogo sempre abre horizontes e possiblidades. Na escuta da outra pessoa, na tentativa de entender as suas motivações “sem julgamentos”, também mudamos.
Comunidades são feitas de pessoas e da interação delas entre si e com o contexto. Pessoas são diferentes e isso é bom, aos olhos de Deus Criador (Gn 1.31). Mas, às vezes, as diferenças tendem a serem vistas como geradoras de conflitos. Aos olhos de Deus deveria ser diferente. A comunidade de Mateus nos recorda sobre como deve ser a vida em comunidade, também diante de conflitos, e apresenta um método para enfrentar esta situação via acolhimento e diálogo, baseado na escuta e no perdão, conversão e mudança de atitude. Vivemos tempos de intolerância, de discursos de ódio e acirramento de ideias e, portanto, de muita necessidade de acolher o que evangelho diz. Precisamos fazer de nossas comunidades “espaços de acolhimento”, de escuta e perdão, conversão e mudança de atitude, porque isso gera vida. Precisamos fazer em nossas vidas encontros diferentes, de crescimento mútuo. Pois, vida nos interessa e é o que interessa a Deus também.
Em Ezequiel 33.11, vemos que Deus não se alegra com a morte do pecador e do perverso, mas sim que ele pare de fazer o mal e viva. E compromete o profeta Ezequiel com a mudança de vida do pecador, do perverso. É tarefa da igreja, é missão da igreja comprometer-se com os conflitos existentes dentro e fora dela, comprometer-se com a vida onde está ameaçada, fazer mudanças e ser mudada. Todo conflito requer acolhimento e cuidado e não afastamento e condenação. O mundo precisa de mudanças. Somos dignos do amor, que nos foi concedido na cruz, e somos dignos de amar. Que Deus nos abençoe e continue insistindo no caminho do Reino conosco.