Por Alan Caldas (Editor)
De onde estiverem, os bisavós devem estar orgulhosos por ter uma descendente tão destacada. Foi seguindo o legado dos bisavós maternos, que vieram da Alemanha tendo como bens apenas um relógio e um violino, e de seu bisavô paterno, Pedro, que lutou na Guerra do Paraguai, que Ester Fritsch Koch encontrou forças e inspiração para estudar e vencer barreiras, tornar-se a advogada respeitada que hoje é.
No início ela lembra que não foi fácil, porque a advocacia era praticamente uma profissão só para homens. Mas, com boa formação, elegância e muita determinação, Ester foi passando pelas dificuldades e tornou-se uma profissional destacadíssima como operadora do Direito.
É assim em seu escritório e, igualmente, em seu trabalho no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Dois Irmãos, onde atua há quase 40 anos sempre defendendo sem dar trégua os direitos dos agricultores.
O trabalho voluntário também está na rotina de Ester, que atua na secretaria da Liga de Combate ao Câncer de Dois Irmãos desde a fundação, onde não só ajuda em eventos como também fornece auxílio jurídico em causas necessárias.
Vida familiar e pessoal
Ester nasceu na tarde de 10 de janeiro de 1959, no Hospital São José, em Dois Irmãos, de cesariana, e segundo lhe contaram foi um dia de Verão muito quente.
Filha caçula de Maria Antonia Schmitt Fritsch e Guilherme Francolino Fritsch, ela tem duas irmãs, a Lucila Gregorius e a Ângela Petry.
Seu pai, Guilherme, era comerciante, tinha armazém de secos e molhados e faleceu 4 anos atrás, aos 99 anos. A mãe, Maria Antônia, também trabalhava no comércio da família, mas infelizmente faleceu aos 66 anos.
A avó paterna de Ester, Filipina Fritsch, era costureira e faleceu quando seu pai tinha apenas 9 anos de idade. E então o avô, Albino Fritsch, que era celeiro e faleceu aos 95 anos, casou em segunda núpcia com Elza Fritsch. Por parte de pai, Ester teve três tias e quatro tios: Julita, Lucila e Norma, Ervino, Arnildo Edgar, Paulo e Geraldo.
Um fato histórico muito importante da família de Ester aconteceu com o bisavô paterno dela, Pedro. Ele lutou na Guerra do Paraguai, entre 1864 e 1870, um sangrento combate que ficou conhecido como a Guerra da Tríplice Aliança, em que Brasil, Argentina e Uruguai lutaram contra o Paraguai.
Ao relatar sua história, Ester conta que o avô materno, Aloísio Schmitt faleceu vítima de uma picada de cobra, quando ela tinha 7 anos. E recorda nitidamente a tragédia, até porque a esposa dele, Catarina Schmitt, faleceu três meses depois. "Foi um abalo para a família", lembra ela.
Esses avós eram agricultores e tinham uma tafona de farinha de mandioca, em Dois Irmãos. E, por este lado da família, Ester teve quatro tios e duas tias: Acella, Terezinha, Norberto, Armindo, Pedro, Bruno.
Outra história incrível na família de Ester veio dos seus bisavós maternos, herr Jacob Schmidt e frau Catharina Schmidt. Eles vieram da Alemanha em busca de vida melhor no Brasil. E conseguiram. Mas, conta a história familiar, ao chegarem aqui eles só trouxeram consigo um relógio cuco e um violino. Quando melhoraram de vida e a família cresceu, aqueles dois objetos tornaram-se relíquias e símbolo do esforço e vitória da família.
Ester teve uma infância feliz. Ela gostava de jogar futebol, bolinha de gude e brincar de esconde-esconde.
Na adolescência, passeava com amigas e assistia a jogos de futebol, e também saía bastante com seus pais para visitar familiares e conhecidos.
Somente aos 18 anos é que ela pode frequentar bailes. E descobriu que adorava dançar as músicas alemãs. E o alemão, aliás, foi a sua primeira lingua, a única que ela falou até entrar na escola.
Das lembranças de menina e de quando se tornou mocinha, Ester guarda saudades da mãe. “Ela era uma pessoa aberta à modernidade”, diz Ester, lembrando que dona Maria Antônia sempre conversou bastante com ela, a instruindo e aconselhando sobre a vida.
Ester casou com Lauri Koch no civil e religioso, com cerimônia realizada na Igreja Matriz de Dois Irmãos no dia 13 de outubro de 1984. E embora fosse primavera, ela recorda que aquele foi um dia nublado e que teve alguns pingos de chuva.
Lauri também é natural de Dois Irmãos. Ele é representante comercial e eles se conheceram por intermédio de amigos em comum durante um jogo de futebol num domingo à tarde, no estádio do Vila Rosa.
O casal tem dois filhos. Rodrigo Koch, que é fisioterapeuta, e Lilian Koch, que é engenheira de alimentos. Eles têm um neto, o pequeno Augusto, nascido em 4 de novembro de 2021, filho do Rodrigo e sua esposa Caroline.
Em seu tempo livre, que não é muito, Ester gosta de passear, viajar, ler, fazer crochê e trabalhar em sua horta. Para manter a saúde ela pratica hidroginástica duas vezes na semana, além de fazer caminhadas.
Gosta de música, popular e também clássica. Os livros são sua outra paixão, sejam os romances de Sidney Sheldon, que é seu autor preferido, ou de literatura jurídica, ela sempre tem um a mão.
Estudo e trabalho
Ester recorda sorrindo do primeiro dia de aula, no Colégio Imaculada Conceição. Ela saiu de casa com a irmã mais velha e a mãe ficou observando de longe para ver se ela não iria chorar.
O choro não ocorreu, mas o problema foi que a pequenina Ester não falava português e, por seu lado, a professora, uma freira, não falava alemão.
Ester sorri lembrando daqueles dias, quando era complicado para ela pedir para ir ao banheiro ou mesmo para ir beber água.
Aos 12 anos de idade ela começou a trabalhar, ajudando os pais no armazém de secos e molhados Vila Rosa, e continuou estudando.
Cursou o Segundo Grau no colégio Pio XII, em Novo Hamburgo, onde fez administração de empresa.
Para a faculdade Ester planejava cursar uma faculdade na área da saúde. Mas os cursos nessa área eram todos durante o dia, e Ester precisava trabalhar, só poderia estudar à noite. Então o destino a chamou, e ela fez vestibular para o curso de Direito na Unisinos. Formou-se em 1984.
Em 1983 Ester começou a trabalhar no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Dois Irmãos. E ali permanece até hoje. Atua no departamento jurídico e é respeitadíssima entre os associados, que sempre a procuram seja para uma causa ou mesmo para lhe pedir conselhos..
Ester tem também escritório próprio de advocacia, o Ester F. Koch Advogados, que abriu em 1988, sob o incentivo do advogado Flávio Solon Schuber, que foi seu colega de escritório, e de seu pai, que era seu fã número 1, e de seu marido.
Além de Flávio, Ester também dividiu o escritório com Rosane Eleni Krug, que faleceu precocemente, aos 42 anos.
Do início da carreira como advogada Ester cita como problema o acesso aos tribunais e recursos. Isso porque na época não havia computador nem internet, que hoje facilita tudo. Mas, com paciência, preparo técnico e persistência, Ester foi superando todas as barreiras. Hoje tornou-se uma das mais respeitadas e requisitadas profissionais na área advocatícia na região.
*
ESTER FRITSCH KOCH
Esposa de: Lauri Koch
Mãe de: Rodrigo e Lilian Koch
Avó de: Augusto
Filha de: Guilherme Francolino Fritsch e Maria Antonia Schmitt Fritsch
Neta de: Albino Fritsch e Filipina Fritsch, e de Aloísio Schmitt e Catharina Schmitt