Por Alan Caldas – Editor (Bairrada - Portugal)
Portugal não é só bacalhau e demais frutos do mar.
Por exemplo:
O Leitão da Bairrada é considerado uma das 7 Maravilhas Gastronômicas deste país.
Merecedor do título de “Rei”, esse Leitão à Bairrada é enviado para o estrangeiro como embaixador da gastronomia portuguesa. É cartão de visita da culinária bairradina (a região da Bairrada, entre Lisboa e Porto).
O Leitão mantém sua qualidade devido as raças. Originalmente a Bísara. Depois, porco Malhado de Alcobaça. E agora a Bairradinus, o cruzamento das raças Land Race com Large White que originou a Raça Camborough.
A preparação para garantir a qualidade começa pelo peso ideal, de 7 a 8 Kg vivo e 4 kg no prato. Um leitãozinho, mesmo.
O tempero é alho, sal, pimenta, salsa, toucinho, banha de porco. Tudo moído.
Introduz-se os temperos na barriga e pescoço. Costura-se.
Vai ao forno a lenha inteiro por duas horas, num espeto. Dão umas “picadas” na pele, para que fique crocante.
O forno deverá ser aquecido com lenha aromática à temperatura de 300ºC. O leitão assará lentamente por duas horas, sendo virado manualmente para assar de maneira uniforme.
Enquanto ele assa, vai se borrifando vinho branco na pele com folhas de salsa ou louro. Eles chamam isso de “constipar” e dizem que assim a pele fica “estaladiça” e não queima.
Ao final, se tira o excesso de molho e deixa descansar por 10 minutos.
Se come quente. Ou morno. Mas dá para comer frio, também. Preferimos quente, é claro.
Na travessa, a apresentação é em pequenos pedaços, tipo “xadrez”.
Você paga por peso, 200 gramas, 300 gramas, depende de você e sua fome. O preço? É 4 euros para cada 100 gramas que você pedir. Eles sugerem 300 gramas por pessoa.
Garçonetes e o próprio assador (que foi quem veio na mesa e nos deu todas essas explicações sobre o prato e seu preparo) ficam vindo o tempo todo na mesa. Perguntam se está bom. Se “estás feliz”. E querem agradar com a tradicional e querida gentileza lusitana.
Ah, sim, já ia me esquecendo: o leitão vem acompanhado por batata cozida, inteira e descascada. Só isso. Mais, é claro, um encorpado vinho da região da Bairrada.
Você come. E come. E come. Sai de lá redondo, mas com um baita sorriso e “lambendo os beiços”.