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Não sei se tenho maturidade emocional e juventude cardíaca para uma final de Copa do Brasil com clássico GRE-NAL. Os dois times construíram boa vantagem nos jogos de ida das semifinais, contra Athletico-PR e Cruzeiro, mas em futebol não existe páreo corrido. Dos dois lados, aliás, há quem pense (e torça para isso) que o outro ainda pode tropeçar. O jeito é esperar pelo dia 4.
Desligando os secadores pelo menos por ora, o fato é que uma final entre Grêmio e Inter, que não seja pelo campeonato estadual, está muito perto de acontecer. E o mais incrível: se os dois times realmente se classificarem, a decisão do título deve se dar nos dias 11 e 18 de setembro, em meio à Semana Farroupilha. Na semifinal da Libertadores, o possível confronto ficou mais distante – por razões óbvias. Apesar de acreditar na ‘imortalidade’ e não duvidar da força do Beira-Rio, vejo como muito difícil a classificação de ambos. A propósito, quero me dirigir a um dos culpados por isso, que tem nome e sobrenome: LUIZ FELIPE SCOLARI.
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Ah, Felipão...
Perdeste o pouco que lhe restava de ‘alegria nas pernas’ depois daquela tunda de 2014. Tu sempre foste adepto do futebol de resultado, e assim marcou para sempre o teu nome na história do nosso Grêmio. Mas nada que se compare ao que vens fazendo com este Palmeiras.
Aquele time da década de 90 era uma maçaroca de refugos que se transformaram em grandes valores. Não tinha o futebol envolvente destes tempos de endeusamento à posse de bola (nem sempre produtiva), ainda assim aliava competitividade a um desempenho mais vistoso.
Mas este teu Palmeiras, francamente...
É o maior desperdício de talento por centímetro quadrado de campo já visto na história do futebol. (Eu sei, talvez não seja para tanto, mas ocorre que não quero estragar a frase e a dimensão do que pretendo expressar.) Tu te dás ao luxo de não precisar definir 11 titulares, apenas, e de deixar no banco nomes que na maioria dos clubes brasileiros vestiriam a ‘10’ e ostentariam a braçadeira de capitão. (Eu sei, a inveja é uma merda!!!)
Ah, Felipão...
Sei que estás ‘andando e cagando’ para o que penso e que, felizmente, este texto não chegará (nunca) ao seu vestiário. Caso contrário, numa espécie de delírio, até consigo ver Felipe Melo, o seu Dinho de 2019, rosnando nos microfones contra esse ‘jornalistazinho do interior’ e xingando minha querida mãezinha. Gostando ou não, o fato é que o teu Palmeiras tem poderio para ser campeão da América e do Brasil. E, como todo torcedor de clube, preciso admitir: entre posse de bola e posse de taça, nada supera o prazer da segunda.
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Voltando ao jogo da semana...
Em futebol, salvo algum erro grosseiro de arbitragem, vitórias não se contestam.
Não adianta acertar a trave adversária dez vezes se, ao final do jogo, a única bola que entra é a do único contra-ataque organizado por seu rival. Na última terça, o Grêmio sequer teve uma grande chance para marcar. O estilo de jogo dos comandados de Renato Portaluppi se mostrou improdutivo diante do bem organizado sistema de marcação preparado por Felipão. Duro, mesmo, é ver que as principais oportunidades de gol criadas pelos palmeirenses nasceram em cobranças de lateral.
Não é choro de perdedor. Longe disso. Compreendo perfeitamente que cada time tem merecimento por suas conquistas, mas que esse Palmeiras é um caso de desperdício, ah, isso é... Desculpa aí, Felipão!