Editor Alan Caldas (De Istambul - Turquia)
Começamos lá em Ankara, a capital da Turquia, e percorrendo cidades pelo litoral, vales e montanhas terminamos aqui. E que cidade é esta?
Até lá no ano 330 antes de Cristo, Istambul se chamava Bizâncio. Do ano 330 a.C. até o ano de 1.453, Istambul se chamou Constantinopla. De 1.453 em diante, os Otomanos a chamaram de Istambul. E, em 28 de março de 1930, finalmente a República Turca tornou Istambul o nome oficial da cidade. É a maior da Turquia. São 15 milhões de habitantes, sendo a maioria da fé e comportamento muçulmano. Cristãos, judeus e laicos é raro por aqui.
Dividida por uma ponte, a cidade de Istambul está parte na Ásia e parte na Europa. Ela ocupa as duas margens do estreito do Bósforo e do mar de Mármara. É a única no mundo a estar ao mesmo tempo em dois continentes. Europa e Ásia, no caso. É impressionante. É cidade linda. E rica. É o principal polo industrial, comercial e cultural da Turquia. Só universidades, Istambul tem mais de dez. E em 2010 foi considerada a Capital Europeia da Cultura.
Esqueça o que viu de turistas antes. Aqui tem mais. São milhares. Eles vêm e vão em multidões. São ondas gigantescas de pessoas. A maioria vai ou vem na direção de Fatih, que é aqui em Istambul o bairro onde está o centro da Cidade Antiga. Mas, só um detalhe: Istambul tem dois ou três centros. Não é um só. Tem o centro da parte asiática. E, no lado europeu, Istambul tem dois centros, que é onde eram as antigas cidades de Bizâncio e Constantinopla. Hoje essa área histórica é o distrito de Fatih. Estamos nele. E aqui é um ir e vir de gente de todas as cores, idades, vestimentas, altura e língua que nem dá para explicar.
Na vida econômica Istambul é o maior centro industrial e financeiro da Turquia. Ela detém 20% dos empregos da indústria nacional. E 38% da área industrial do país está aqui. Com tanta gente morando e vindo a turismo, Istambul responde por 55% do comércio na Turquia. E representa sozinha 21% do Produto Interno Bruto, o PIB nacional. Devido a isso, também, ela enche o cofre do governo, pois 40% dos impostos arrecadados pelo governo nacionalmente saem aqui de Istambul. Imposto vem da produção e venda. E Istambul é responsável, sozinha, por 27,5% do consumo nacional na Turquia. Com tanto dinheiro, não é de estranhar que aqui estejam 35% dos depósitos bancários de toda a Turquia.
Socialmente é cidade agitadíssima. Bares, restaurantes, cafés, boates, festas ... oferta-se tudo de tudo nela. O trânsito é um caso à parte. É incrivelmente rápido. E buzinam o tempo todo. As regras de trânsito são do tipo “pessoal”. Cada um faz a sua. E isso cria um entra e sai da estrada sem avisar. É um constante trocar de pista sem dar sinal. Só dão uma buzinada e entram. Há mais liberdade para dirigir aqui do que noutros países ou mesmo que no interior da Turquia. As ruas de mão única nem sempre o são. É preciso ficar alerta. Estacionar se estaciona onde dá. Em cima da calçada inclusive. As motos, porém, só andam pelo lado direito aqui. Não andam pelo meio dos carros, como no Brasil.
E outra coisa: aqui só usa capacete quem quer. São livres. E a maioria não quer e não usa. Apesar da agitação tudo funciona que é uma maravilha em Istambul. E estamos nos sentindo em casa.