
Por Padre Jeferson – Vigário Paroquial
Presença real: Jesus está vivo e nos faz família
Hoje é dia de festa! Celebramos que Jesus está vivo – e está na Eucaristia. O pão consagrado já não é mais pão comum: por fora, ainda parece pão, mas por dentro é o próprio Jesus inteiro: Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Ele quis ficar perto de nós: não como rei distante, mas como nosso alimento. Como uma mãe que se doa aos filhos, Ele também se entrega por inteiro. E quando o recebemos na comunhão, Ele alimenta nossa vida de fé, renova a coragem e reacende o amor.
Mas comungar não é só receber. É também repartir. Se Jesus se dá, nós também somos chamados a nos doar: tempo, escuta, vida. A Eucaristia é aliança renovada: na 1ª leitura, Deus faz aliança com o povo; no Evangelho, Jesus sela uma nova com seu Sangue. Essa aliança nos faz irmãos, não multidão. Na comunhão, todos têm lugar à mesa: pobres, ricos, crianças, idosos. Como num almoço de domingo que junta toda a família, a Eucaristia é banquete com gosto de Céu – e lugar para todos.
Caminho vivo: Jesus anda conosco e sustenta os fracos
Depois da Missa, nós saímos em procissão. Mas por quê? Porque Jesus quer visitar a cidade. Ele não fica trancado no altar: caminha com o povo. Como fazia na Galileia, passa pelas ruas e encontra quem sofre. Olha com carinho quem está triste, doente, cansado, sem esperança. É como se dissesse: “Eu estou com vocês. No calor, na poeira, na dor, na festa. Sou o Pão do Céu que caminha com o meu povo.” Jesus não é estátua de ouro: é presença viva que vê, sente, escuta e salva.
Na procissão, levamos Jesus. Mas, no fundo, é Ele quem nos leva. Ele visita os doentes, consola os pequenos, carrega os cansados. E quando voltamos, o coração fica mais leve. Pois na Hóstia Santa está o Deus que entende nossos desertos. Mesmo quando a carga pesa demais – doenças, problemas, solidão – Ele caminha e carrega conosco. Sustenta quem já não aguenta mais, vai junto até com quem quase parou. E passa pelas ruas como quem abraça, porque ninguém está mais sozinho.
Milagre que continua: partilhar renova a esperança
O milagre da Eucaristia não termina no altar. Começa ali e continua quando aprendemos a repartir, como Jesus fez. E se Ele se entrega, também nós somos chamados a nos doar – não só o pão, mas o tempo, a escuta, o cuidado, o perdão. Comungar não é só ajoelhar e receber, mas viver como Jesus viveu: partilhar o que temos e o que somos. Quem reparte, multiplica. Quem se fecha, esvazia. A 2ª leitura lembra: não é possível comungar e seguir dividido, isolado no egoísmo ou indiferente.
A Eucaristia é o Sacramento do Amor que se dá. Se a Missa não muda a relação com os outros, algo ficou pela metade. É incoerente comungar e não ser próximo, irmão. E é aí que entra a Esperança, não como teoria, mas presença real. Neste Ano Jubilar, há algo mais esperançoso que ver Jesus Eucarístico passar pelas ruas e visitar a dor, transformando o que toca? Ele mostra que ainda vale a pena crer, caminhar, amar. O Pão do Céu vira força, luz, remédio. Onde havia deserto, nasce um caminho...
Conclusão: um brilho nos olhos e o Coração nas mãos
Pense numa criança correndo pela casa, cheia de alegria, dizendo: “Mãe, olha o que achei!” Hoje somos nós, caminhando pelas ruas com o Ostensório nas mãos e o coração transbordando, dizendo ao mundo: “Olha quem está aqui! É Jesus! Vivo, real, presente! Ele não nos abandona. Ele caminha com a gente – por amor!” Com Ele, ninguém se perde ou é esquecido. A solidão cala, o medo recua, a dor é consolada. E na luz da Esperança, nós caminhamos juntos, de mãos dadas. Sempre!